Pesquisadores já encontraram mel perfeitamente conservado em tumbas egípcias. Ao escavarem as pirâmides do Egito, os arqueólogos encontraram vasos de mel em um túmulo de 3.000 anos atrás. E o curioso é que o mel continuava apropriado para o consumo. Como isso é possível? Especialistas explicaram à BBC que o mel é um açúcar que tem pouca água, mas pode absorver a umidade se exposto a ela.
São raros os microorganismos capazes de sobreviver num ambiente assim. Além disso, o mel é extremamente ácido, com pH entre 3 e 4,5 (7 seria neutro) e essa acidez mata os microorganismos. Quando as abelhas fazem o mel, elas coletam com o néctar das flores e, depois, o regurgitam no favo com uma enzima que elas têm no estômago, a glicose oxidase.
O néctar se decompõe em ácido glucônico e peróxido de hidrogênio, a popular água oxigenada, que, como se sabe, pode ser usada para tratar ferimentos. Esse composto mata bactérias e protege o mal por ser um antisséptico natural. Há milênios o valor do mel é reconhecido pelos seres humanos.
Relevos egípcios em túmulos do século III a.C. mostram trabalhadores recolhendo mel de colmeias. O mel foi usado como oferendas aos deuses. Há registros de que o faraó Ramsés III fez uma oferta de 21 mil jarros de mel para Hapi, o deus do Nilo.