GOLPE
Na versão da Polícia Civil do RJ, a empresa de consultoria, com sede no Recife, que já teria negociado com aproximadamente 20 prefeituras de todo o Brasil, estaria planejando um golpe ao anunciar ter um lote de meio bilhão de doses do imunizante contra o coronavírus.
OFERTA
A empresa teria oferecido cada dose a US$ 7.90 ( R$ 44 ). Porto Velho encomendou 400 mil doses, o que representa um investimento aproximado de 20 milhões de reais. O dinheiro seria liberado mediante a confirmação de embarque das vacinas.
INVESTIGAÇÃO
Segundo a Delegacia de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro do RJ, a Montserrat Consultoria jamais entregaria vacinas pelo simples fato de não ter adquirido nenhuma dose do imunizante junto ao fabricante.
PAGAMENTO
A delegacia ainda não sabe se algum município chegou a pagar à organização. A operação policial precisou ser antecipada para evitar que alguma negociação fosse concluída e que provas fossem destruídas.
INVESTIGAÇÃO
De acordo com a polícia, os prepostos da Montserrat Consultoria se passavam por representantes da Ecosafe Solutions, [que ficaria] na Pensilvânia (EUA).
Teriam usado o argumento de que essa empresa americana recebeu 500 milhões de doses por ter financiado os estudos da vacina, explicou o delegado Thales Nogueira.
CONFIRMAÇÃO
A polícia destacou no pedido feito à Justiça que a Oxford/Astrazeneca não realizou qualquer transação de venda de imunizantes para o mercado privado e entes municipais ou estaduais.
CONFIRMAÇÃO 2
De acordo com nota do laboratório AstraZeneca, todas as doses em produção estão destinadas a consórcios internacionais, como o Covax Facility, e contratos com países. Não há doses remanescentes para serem comercializadas com estados e municípios.
GARANTIA
Segundo a polícia, nos contratos apresentados pela Montserrat, as cidades deveriam realizar o pagamento antecipadamente via “swift” — um tipo de remessa internacional — ou carta de crédito irrevogável no momento da suposta postagem das doses em Londres.
GARANTIA 2
Essas operações facilitam a remessa de dinheiro para o exterior e dificultam a repatriação dos valores. Os agentes verificaram que a Ecosafe, além de ser recém-criada, utilizava como endereço um escritório de coworking — de espaços compartilhados — e ocultava os dados de registro de seu site.
NEGÓCIOS
Entre os municípios que receberam a oferta estão Duque de Caxias e Barra do Piraí, no Rio de Janeiro, e Porto Velho, em Rondônia. Somando apenas esses contratos, o golpe renderia quase R$ 70 milhões aos suspeitos. Caxias chegou a assinar um contrato de intenção para compra de um milhão de vacinas no valor de R$ 45 milhões.
SEGURANÇA
Porto Velho começou a negociar há mais de um mês a aquisição de 400 mil doses. O acordo passou por uma inspeção do Tribunal de Contas do Estado de Rondônia.
FLAGRANTE
Segundo a polícia, Uma reunião de oferta de doses foi gravada, com autorização da Justiça. “Os sócios ofereceram as doses para a Prefeitura de Barra do Piraí e utilizaram como exemplo o Município de Porto Velho, em que já houve o pagamento e atraso na entrega das doses prometidas”, disse o delegado Thales.
PAGAMENTO
Por telefone, o delegado me explicou essa fala atribuída a ele. Disse que não tem informações oficiais sobre o contrato de Porto Velho e que ficou sabendo pela imprensa que a prefeitura teria efetuado um depósito em garantia, mas que realmente não tinha pago o contrato.
PORTO VELHO
O prefeito, Hildon Chaves, convocou entrevista coletiva assim que a operação da polícia foi divulgada. Começou sua fala afirmando que a prefeitura não pagou nada adiantado pelas vacinas.
ACORDO
Hildon afirmou que o município não teve nenhum prejuízo financeiro já que os termos de negociação asseguraram a liberação de Carta de Crédito somente 10 dias úteis após o embarque do lote em Londres.
CAUTELA
Hildon Chaves também explicou que a empresa e seus representantes passaram por uma investigação social e que nada foi encontrado a ponto de desabonar a conduta da equipe e colocar em dúvida a negociação da vacina Astrazeneca/Oxford.
VACINA
O prefeito afirmou que desde o ano passado tem se empenhado na busca por vacinas. Em dezembro foi ao Butantan negociar a compra de 80 mil doses da Coronavac. A negociação não foi adiante porque o governo federal firmou contrato com o Instituto Butantan ficando com todas as doses.
SEM DESPERDÍCIO
Sobre as seringas já compradas, que seriam usadas na aplicação das vacinas, Hildon Chaves informou que o insumo foi uma doação da iniciativa privada e que, com prazo longo de validade, não haverá desperdício.
PLANO B
O prefeito diz que se realmente for confirmada fraude por parte da Ecosafe, o plano B será a continuidade das negociações de doses no Consórcio Conectar, da Frente Nacional dos Prefeitos, que pode garantir 30 milhões de imunizantes para os munícipios brasileiros.
DEPOIMENTO
Às 15h de hoje, o prefeito será ouvido pelo delegado Thales Nogueira como possível vítima da organização criminosa. O delegado me relatou que as informações do prefeito Hildon Chaves são muito importantes para a sequência do inquérito.
ARGUMENTOS
Thales Nogueira quer confirmar se a estratégia de convencimento usada para à venda de vacinas em Porto Velho foi a mesma empregada em outros municípios visitados pelos suspeitos.
DEMISSÃO
O deputado estadual Jair Montes ( Avante ) disse em um grupo bastante movimentado de WhatsApp que Marcelo Thomé tem que ser exonerado, pois era o responsável pela investigação da empresa que ofereceu as vacinas.
DEMISSÃO 2
Marcelo Thomé é o atual presidente da Agência de Desenvolvimento de Porto Velho (ADPVH), órgão da Prefeitura, e, paralelamente, presidente da Federação das Indústrias do Estado de Rondônia (FIERO).
OUTRO LADO
Marcelo Thomé não respondeu as mensagens enviadas pela coluna.
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