Os bastidores do trabalho no garimpo na Amazônia com seus perigos e peculiaridades são abordadas no livro "O Caldeirão do Diabo - Contos Garimpeiros", do multiartista Joesér Alvarez, que será lançado no dia 10 de outubro, durante o projeto Cinema, Literatura e Direitos Humanos, no Campus UNIR.
Apesar de ter um conteúdo forte e direto, o livro é uma obra de valor artístico e humano, ajudando a entender a vida difícil dos trabalhadores dos garimpos na Amazônia, mostrando uma ficção literária inspirada em fatos vividos e ouvidos pelo autor durante sua experiência como garimpeiro no rio Madeira nas décadas de 80/90, utilizando por vezes de uma linguagem crua, similar a de escritores brasileiros como Plínio Marcos e Graciliano Ramos, os quais também retrataram as dores e desafios do povo comum. A classificação indicativa é para jovens com mais de 16 anos, uma literatura de ficção que pode ser utilizada no ambiente escolar como material de estudo, desde que haja acompanhamento de professores para orientar a leitura e promover reflexões importantes.
Com esta obra o autor propõe dar visibilidade a essa classe de trabalhadores e promover discussões relevantes sobre o tema, que embora seja comum na Amazônia, ainda é pouco conhecido em seus pormenores. Durante o evento haverá interpretação de trechos em Libras e sessão de autógrafos.
O Projeto foi contemplado no Edital n.º 03/2024 LPG – Demais Linguagens – Bolsas Para Produção de Artes Integradas Rondoniense – Lei Paulo Gustavo
Sobre o autor: Joesér Alvarez é artista visual, cineasta e ativista cultural. Atua com cinema, artes visuais e mídias digitais. É mestre em Direitos Humanos pela UNIR/EMERON (2020) e possui especializações em Cinema (Universidade Estácio de Sá), Jornalismo e Mídia (UNINTES), e Artes Visuais (SENAC Cuiabá). Também é bacharel em História pela Universidade Federal de Rondônia (UNIR). Com uma carreira dedicada a uma arte ligada à transformação social, participou de conselhos de cultura em nível municipal e nacional entre 2010 e 2018. Seu trabalho aborda temas como artivismo, negritude, direitos dos surdos e dos povos indígenas, meio ambiente e culturas digitais, tendo dirigido, roteirizado e editado cerca de 40 filmes, exibidos em mais de 200 festivais no Brasil e no exterior. Recebeu 41 prêmios no audiovisual (sendo 33 internacionais), além de reconhecimentos em literatura e artes visuais, incluindo o prêmio da UNESCO em Artes Digitais (2007). É autor de obras que cruzam arte, memória e resistência na Amazônia.