A programação inclui a palestra “O negro na sociedade de classes”, ministrada pelo ativista Léo Péricles, que abordará as complexas relações entre a população negra e as estruturas sociais no Brasil.
Foto: Divulgação
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No dia 28 de novembro, o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Instituto Federal de Rondônia (IFRO), Campus Calama, promoverá dois eventos fundamentais para a reflexão sobre o racismo e a intolerância religiosa, encerrando a programação do mês de novembro. O objetivo é criar um espaço de debate e aprendizado sobre os desafios enfrentados pelas populações negras e de religiões de matriz africana, além de fomentar a discussão sobre as desigualdades estruturais que marcam a sociedade brasileira.
A programação inclui a palestra “O negro na sociedade de classes”, ministrada pelo ativista Léo Péricles, que abordará as complexas relações entre a população negra e as estruturas sociais no Brasil. Péricles, reconhecido por sua atuação na luta pelos direitos da população negra, trará uma reflexão crítica sobre a marginalização e as disparidades econômicas enfrentadas por esse segmento da sociedade. Ele explorará a posição do negro na sociedade de classes, com ênfase nas desigualdades históricas e nos desafios cotidianos enfrentados por essa população.
Além disso, a roda de conversa sobre racismo e intolerância religiosa, mediada pela historiadora Flávia de Souza, aprofundará o impacto do racismo aliado à intolerância religiosa, especialmente para as comunidades afro-brasileiras e umbandistas. Flávia, militante e historiadora, compartilhará sua vivência e experiência de luta, enfatizando a importância da atuação coletiva para a transformação social. Em suas palavras, “só a luta muda a vida”, refletindo seu compromisso com a mudança através da educação e da militância.
Essas atividades são o encerramento de ações realizadas durante o mês de novembro pelo Neabi/IFRO com o intuito de promover a reflexão crítica sobre a negritude, o racismo e a intolerância religiosa, não somente com alunos do Instituto, mas de toda sociedade. A programação, que começou no início do mês com rodas de conversa e painéis, teve como finalidade ampliar a conscientização sobre questões raciais e estimular um ambiente de aprendizado e valorização da cultura afro-brasileira.
Uilian Nogueira Lima, professor de História do IFRO Calama e um dos organizadores da programação, destaca que a proposta é que o debate se estenda como uma desconstrução social, onde a juventude negra possa identificar sua cor, cultura e religiosidade. “A proposta é quebrar o tabu de falar sobre as lutas do negro na sociedade e a sua importância como cultura, inserção de valores sociais e culturais, além de transcender o mês de novembro e o Dia de Zumbi dos Palmares”.
O professor Joilson Arruda, coordenador do Neabi, enfatiza que, ao longo das atividades, busca-se promover um espaço contínuo de reflexão e valorização da história e da contribuição da população negra, promovendo o reconhecimento e o respeito à diversidade racial o ano todo. “Queremos criar um espaço contínuo de reflexão sobre nossa memória, fortalecer nossa identidade, além de ampliar o respeito à diversidade”, conclui o coordenador.
Autor: Cammy Lima
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