Os registros fotográficos enaltecem o encantamento e a beleza das comunidades quilombolas, indígenas e fronteiriças, além dos autorreconhecidos como afroindígenas, caboclos e beradeiros: todos devotos de uma celebração de fé e religiosidade.
Foto: Divulgação
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A beleza da pluriculturalidade da comunidade tradicional do Vale Guaporé, localizada no estado de Rondônia, em fronteira com a Bolívia, foi eternizada através do trabalho de reconhecimento de identidade, pelos olhares dos fotógrafos e ativistas Luiz Brito, Ederson Lauri e Marcela Bonfim.
Os retratos enaltecem o encantamento e a beleza das comunidades quilombolas, indígenas e fronteiriças, além dos autorreconhecidos como afroindígenas, caboclos e beradeiros: devotos de uma celebração de fé e religiosidade.
O livro retrata através de imagens traços marcantes de um processo de formação de diversas identidades tradicionais, através das múltiplas faces oriundas das miscigenações dos povos da Amazônia.
A composição identitária do fotolivro reúne o trabalho de três artistas:Luiz Brito, Marcela Bonfim e Ederson Lauri.
Luiz Brito é fotógrafo documentarista e servidor público da cultura.Ele iniciou um processo de reconhecimento cultural através de imagens captadas na década de 1980 até o início dos anos 2000. Seu trabalho levou a uma imensa dedicação e paixão pela comunidade. “Este trabalho foi um importante acontecimento em minha trajetória, o Divino do Guaporé. Sou devoto”; afirma Luiz.
Entre os registros captados pela fotógrafa Marcela Bonfim, está fixado a existência e memória de uma Amazônia enegrecida; brotada e frutificada no seio do Vale do Guaporé, em Rondônia, além da estreita relação com Vila Bela de Santíssima Trindade,em Mato Grosso. “As fotografias marcam a resistência das raízes negras entrelaçadas à ancestralidade e cultura indígena; com o alcance e propagação de uma fluência comunitária exclusiva, e em plena comunicação com a fé”.
O professor e pesquisador visual Ederson Lauri, ressalta a importância destes retratos que expressam a identidade local. Para ele, as fotografias possuem a propriedade de revigorar a riqueza cultural de uma comunidade que é pouco reconhecida no próprio estado, permitindo inclusive oportunidades de pesquisas e valorização local.
"As atividades de pesquisa e extensão realizados pelo Laboratório de Narrativas Visuais (LABINAVI) da Universidade Federal de Rondônia-UNIR/Ariquemes, alinham tanto a parte documentária de pesquisa e a valorização da diversidade de povos quanto à difusão de obras dos artistas do estado".
A obra tem por finalidade apresentar a expressividade de fé e religiosidade da comunidade do Vale Do Guaporé, que apesar da celebração ao Divino Espírito Santo ocorrer em outros estados, Rondônia possui uma peculiaridade: o festejo percorre, via fluvial, aproximadamente mil quilômetros no rio Guaporé e seus afluentes, por quase dois meses de Romaria.
O livro foi desenvolvido através de recursos do Governo do Estado de Rondônia através da Lei Aldir Blanc, executada pela Superintendência da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer (SEJUCEL) com repasses financeiros aos artistas. Foram reproduzidas 1000 cópias, sendo 50% destinadas às comunidades da Irmandade do Divino Espírito Santo do Vale do Guaporé, e os outros 50% das tiragens foram encaminhados às bibliotecas de Rondônia e da Região Norte, bem como às instituições de cultura e arte do Brasil.
Acesse a plataforma do livro:https://www.odivinoguapore.com/
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