A Companhia de Teatro Vitória Régia apresenta nesta quinta 21 e sexta feira 22, no Teatro 1 do Sesc Esplanada às 20h, o espetáculo, “O que era e o que não devia ser” (Mateus e Mateuza), de Qorpo Santo e direção de Nonato Tavares. Com parceira do Serviço Social do Comércio – SESC, a Companhia leva o espetáculo com preços populares. A peça foi premiada como o melhor espetáculo, ator e figurino no Festival de Teatro da Amazônia.
A Companhia Vitória Régia ao montar “O que era e o que não devia ser” (Mateus e Mateuza), tem como objetivo resgatar as obras de Qorpo Santo e Bispo de Rosário, artistas e loucos que através de seus trabalhos questionaram o momento histórico que viveram, instigando o processo social estabelecido.
Desbravar o universo da loucura e chegar ao aqui e agora através da visão de dramaturgo e de um artista plástico que tiveram parte de suas vidas confinadas em asilos de loucos significa para a Companhia, se aproximar e tentar chegar no momento sócio – político – cultural do homem moderno, com suas neuroses, estresses e inquietudes. O dramaturgo gaúcho José Joaquim de Campos Leão – Qorpo Santo (1829 – 1883), atualmente considerado precursor do surrealismo e do Teatro do Absurdo, relaciona estreitamente arte e loucura, por meio de uma linguagem particular inovadora para a época, sua obra propõe uma visão de mundo muito pertinente ao nosso século. O que era e o que não devia ser, mostra o inconsciente da família como organismo negativo de auto devoração. Numa atmosfera de sonho, esoterismo e surrealismo, a montagem transforma objetos cotidianos em pontos chave de compreensão da peça. Assim, mesa, cadeira, cama e livros ainda que sejam utilizados de uma forma surreal, modificando ou ultrapassando suas finalidades reais, guiam o público na história da família e, pelo automatismo psíquico do autor. Em pleno período regencial, com o imperador Dom Pedro II no trono, Qorpo Santo escreveu suas peças para criticar o poder e a sociedade. O teatrólogo gaúcho, relegado por um século ao ostracismo por não se enquadrar aos moldes literários de sua época, foi um gênio incompreendido no seu tempo e dono de uma linguagem teatral pouco convencional, é considerado o pré-cursor do teatro do absurdo.
A encenação explora a originalidade da linguagem do autor, os recursos dos intérpretes, a plasticidade de elementos cênicos e a música de Tom Zé, que valorizam a montagem através da decodificação urbana e moderna. É recriar o universo Qorpo Santese, mexendo com a questão da criação, propondo algo novo e alegre ao público.
O que era e o que não devia ser
Autor: Qorpo Santo
Elenco:
Nonato Tavares: Mateus
Koia Refkalefsky: Mateusa
Diego Batista: Catarina
Beatriz Calheiro: Pedra
Sabrina Mendés: Silvestra
Sonoplastia: Mauri Marques
Músicas e efeitos sonoros: Tom Zé
Música tema das filhas: Raunei
Sonoplasta:
Iluminação: Eliel Berg
Figurino: Koia Refkalefsky
Confecção de Figurino: Cibele Gomes
Direção e Cenografia: Nonato Tavares