Historiador lança a obra “Enganos da nossa história” na Casa da Cultura Ivan Marrocos

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Foto: Divulgação

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Antônio Cândido da Silva, apresenta na noite dessa sexta-feira (10), às 20 horas, na Casa de Cultura Ivan Marrocos o livro “Enganos da nossa história” editado pela Edufro editora da Universidade Federal de Rondônia – UNIR. Poeta desde criança, ele começou a se interessar pela história de Rondônia quando teve que realizar uma pesquisa para compor as letras dos hinos do município de Porto Velho, Costa Marques, Jaru e Cerejeiras. Apesar dos trabalhos de caráter histórico que tem publicado e agora com o lançamento de um livro dedicado ao assunto, ele diz que não se sente à vontade quando é chamado de historiador, preferindo, quando necessário, ser chamado de pesquisador. Antônio Cândido da Silva, graduado em Letras pela UNIR Com 292 páginas e repleto de mapas, manuscritos e outros documentos, a obra faz parte de uma coletânea que a Unir publica sobre temas regionais e, segundo o professor Nilton Santos, diretor da Edufro, será distribuída em todos os campi da universidade. Nela, o pesquisador aborda temas polêmicos acerca de aspectos históricos da cidade de Porto Velho e da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM). De acordo com Antônio Cândido, o livro “Enganos da Nossa História” é o resultado de anos de pesquisa em busca da documentação necessária para contestar informações que, segundo o autor, estão sendo repassadas pela imprensa para a população e até mesmo nas escolas de forma equivocada. A idéia de escrever “Enganos da Nossa História” surgiu, segundo Cândido, quando um dos seus netos pediu-lhe ajuda para fazer um trabalho escolar sobre o “Velho Pimentel”, um personagem que, conforme narrativas de origem incerta, teria dado origem ao nome da capital de Rondônia. “Falei-lhe, então, que fizesse como disse a professora porque, caso contrário, seria reprovado, mas prometi-lhe que ia fazer alguma coisa para mudar essa situação”, revela o pesquisador na apresentação do seu trabalho. Antônio Cândido afirma que seu livro não tem o propósito de projetar seu nome “como historiador, dono da verdade, crítico histórico ou literário, mas tem o intuito de lançar uma luz, para que se abra uma discussão séria sobre os fatos da nossa história que, até agora, com raras exceções, tem sido escrita com o respaldo de memorialistas onde as datas e comprovações documentais são relegadas a um segundo plano, usando-se do artifício de repetir informações, sem citar as fontes consultadas, deixando para quem lê a impressão de que o autor vivera em outras épocas”. Debate sobre a história de Porto Velho - “Dizem que ‘Rondônia não tem história’ e é uma pena que pensem assim, já que há registros da passagem de bandeirantes pelos nossos rios entre 1647 – 1650, o que dá uma idéia da riqueza histórica da nossa terra, valorizada pela ocupação dos portugueses, depois pela conquista dos seringais, ambas encontrando a resistência indígena (ocupantes primitivos da Amazônia) e, finalmente, a grande migração que despertou as vocações adormecidas desta região, não antes sem sufocar e expulsar os novos donos da terra, representantes do extrativismo vegetal para os quais não havia a necessidade de desnudar a terra e revirar-lhe as entranhas para buscar, no seu ventre, o fecundar das sementes”, reflete em outro trecho. Ele diz ainda que tem recorrido a todos os organismos governamentais para que se estabeleça um debate em torno das controvérsias históricas que existem. Nesse sentido, informa que um seminário organizado pela prefeitura de Porto Velho está agendado para setembro e acrescenta que sua expectativa é a de que o evento conte com a participação de todos os pesquisadores e historiadores locais. “É extremamente importante essa iniciativa e espero que cheguemos a um consenso. Muitos colegas também vêem informações distorcidas quando se fala na história de EFMM e de Porto Velho. O livro ‘Enganos da Nossa História’ é um convite a todos que buscam a verdade a partir da comprovação científica. Lenda é lenda e história é história”, finaliza o professor Antônio Cândido.
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