Xuxa Meneghel amanheceu como um dos destaques do jornal americano The New York Times, nesta terça-feira, 15. A apresentadora ganhou a alcunha de 'Barbie brasileira' pelo periódico em uma extensa entrevista que discorreu sobre sua influência no quesito representatividade - ou melhor, a falta dela - em um país majoritariamente negro.
A comparação com a boneca teria vindo pela própria Xuxa. “Ela vinha com um carrinho rosa. Eu vinha da nave rosa", analisou a apreentadora.
A reportagem então trouxe outros pontos em que Xuxa e Barbie se assemelham.
"Assim como a famosa boneca, Xuxa também é branca, magra, loira e de olhos azuis. Em seu programa infantil, ela com frequência usava saias curtas e botas de cano alto ao sair de uma nave espacial decorada com lábios vermelhos gigantes. E, assim como a Barbie, ela se tornou uma ídola para seus fãs, que cresceram querendo ser como a Xuxa e seu elenco de dançarinas adolescentes brancas, as 'Paquitas'", escreveu o NYT.
O texto questiona ainda se hoje Xuxa seria vista com outros olhos pela população, já que há um maior apelo por diversidade na televisão e nos meios de comunicação em geral. A discussão sobre as Paquitas serem todas brancas e loiras, por exemplo, voltou à tona com o lançamento da série documental sobre Xuxa.
A reportagem traz a figura de Marlene Mattos, sem citá-la nominalmente, ao lembrar que na série é a empresária quem sai como culpada por tais falhas. Ao NYT, porém, Xuxa admitiu que também tinha responsabilidade na questão da diversidade, mesmo não tendo tomado decisões. "Mas eu endossei. Eu assinei embaixo", afirmou.
Ela reforça também que algumas falas das quais se arrepende de ter dito em programas dos anos 90 refletiam a mentalidade da época. O texto lembrou, por exemplo, quando Xuxa disse que uma menina havia perdido em um concurso em seu programa porque comia "muita batata frita".
“A culpa não é do Xou da Xuxa. É a culpa de tudo que era passado para a gente como normal”, disse.