O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou neste domingo (9) uma nova proposta econômica que promete agitar o cenário político e financeiro mundial: o pagamento direto de pelo menos US$ 2 mil por pessoa, batizado de “dividendo tarifário”.
Segundo o republicano, o benefício seria financiado com o dinheiro arrecadado pelas tarifas impostas a outros países, entre eles o Brasil, a China, o México e o Canadá. O plano foi divulgado em uma postagem na plataforma Truth Social e rapidamente se espalhou pelas redes sociais — onde foi comparado por internautas brasileiros ao Bolsa Família, programa de transferência de renda do governo Lula.
“As pessoas que são contra tarifas são tolas. Agora somos o país mais rico e mais respeitado do mundo… Em breve começaremos a pagar nossa enorme dívida. Um dividendo de pelo menos US$ 2 mil por pessoa será pago a todos”, escreveu Trump.
Como funcionaria o “dividendo tarifário”
De acordo com a revista Forbes, o pagamento seria uma forma de devolver aos cidadãos parte da arrecadação obtida com tarifas sobre importações. O governo norte-americano tem usado essas tarifas como ferramenta de política comercial e de proteção da indústria local, estratégia central da administração Trump.
O anúncio ocorre em meio a uma disputa jurídica sobre os limites da Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (IEEPA), usada pela Casa Branca para impor tarifas de forma unilateral. A Suprema Corte dos EUA analisa se o uso desse instrumento é constitucional — uma decisão que pode redefinir a política comercial do país.
Contexto político e econômico
Trump tem defendido as tarifas como fonte de riqueza nacional, afirmando que elas ajudaram a conter a inflação e impulsionar o mercado de ações. Já economistas alertam que tarifas elevadas encarecem produtos importados, pressionando o custo de vida e prejudicando cadeias de suprimento globais.
Em entrevista recente ao programa 60 Minutes, o presidente declarou que seria “um dia muito triste” se a Suprema Corte limitasse a política tarifária, e afirmou que a economia americana “iria para o inferno” sem as medidas de proteção.
Até o momento, não há cronograma definido para o início dos pagamentos do “dividendo tarifário”. A proposta depende da manutenção das tarifas atuais, tema que deve ser decidido pela Suprema Corte nas próximas semanas.