A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que altera o Marco Civil da Internet para tornar obrigatório o reconhecimento facial no acesso a redes sociais. A proposta, de autoria do deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC), tem como justificativa reforçar a segurança das contas e combater perfis falsos usados em práticas de difamação, assédio e golpes virtuais.
O texto, relatado pelo deputado Alex Manente (Cidadania-SP), determina que a verificação facial seja realizada pelos sistemas operacionais, como Android e iOS, e não diretamente pelas plataformas. A intenção, segundo o relator, é evitar a multiplicação de bancos de dados sensíveis, reduzindo riscos de vazamentos e uso indevido de informações biométricas.
Pela proposta, os usuários terão prazo de um ano para realizar o recadastramento facial, sob pena de bloqueio das contas que não forem atualizadas.
A medida, porém, divide opiniões entre especialistas e entidades de defesa dos direitos digitais. Críticos apontam que a obrigatoriedade pode representar uma ameaça à privacidade e à liberdade de expressão, ao vincular a identidade física de cada pessoa à sua presença nas redes sociais. Já defensores afirmam que o reconhecimento facial pode coibir a criação de perfis falsos e aumentar a rastreabilidade de crimes cibernéticos.
O projeto ainda precisa ser analisado por outras comissões da Câmara antes de seguir para o plenário. Caso aprovado, passará pelo Senado Federal e, posteriormente, à sanção presidencial.