A expectativa de especialistas é de que a escolha seja feita rapidamente, em até três dias. Duas congregações gerais, reuniões a portas fechadas que debatem prioridades da Igreja Católica antes do conclave, foram marcadas para esta segunda-feira (5).
A imprensa francesa traz listas de cardeais com chances de herdar o trono de São Pedro, após a morte do papa Francisco em 21 de abril. O "bolão" de apostas do jornal Le Figaro aponta 12 nomes, sem nenhuma menção aos sete cardeais brasileiros que participarão do conclave.
O brasileiro da lista
Por outro lado, na lista de 15 favoritos do diário Libération figura o arcebispo de Salvador e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Sérgio da Rocha, de 65 anos. Cardeal desde 2016, Rocha é membro do C9, o conselho de nove cardeais criado pelo papa Francisco para aconselhá-lo sobre a reforma da Igreja, desde 2023. Considerado um homem discreto, o cardeal Rocha já rezou uma missa "em memória das vítimas da transfobia", pedindo uma "cultura de fraternidade e paz", destaca o jornal francês. Essa posição muito progressista para a ala conservadora da Santa Sé pode prejudicar o brasileiro no conclave.
Um papa francês?
O Le Parisien analisa se há chances de um francês vencer a disputa. Isso não acontece há 700 anos, desde que Pierre Roger de Beaufort, um nobre da cidade de Limoges, foi eleito por unanimidade em 1370 e adotou o nome de Gregório XI.
Entre os franceses participantes do conclave de 2025, os mais cotados são o cardeal Jean-Marc Aveline, de Marselha, um defensor ferrenho do acolhimento de migrantes e do diálogo inter-religioso, dois pontos que compartilhava com o papa Francisco, e François-Xavier Bustillo, bispo de Ajaccio.
Entretanto, no domingo (4), o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, um dos sete cardeais brasileiros que irão participar do conclave, disse, em Roma, que "o próximo papa não será uma xerox do papa Francisco". Ou seja: um perfil como o do cardeal de Marselha pode estar descartado.
A França terá vários representantes no conclave, mas com menos chances de serem escolhidos - Christophe Pierre, núncio apostólico nos Estados Unidos, Philippe Barbarin, ex-arcebispo de Lyon, Dominique Mamberti, uma espécie de ministro da Justiça no Vaticano; o cardeal Jean-Pierre Ricard, Paulo Poupart, um prelado de alto escalão na Cúria Romana, e André Vingt-Trois, ex-arcebispo de Paris.