ARTICULAÇÃO: PT apóia reeleição de Lira e briga por CCJ da Câmara

Deputados do PT pretendem reunir 15 siglas partidárias para ter controle da Comissão de Constituição e Justiça e visa também relatoria na proposta do Orçamento

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Foto: Divulgação

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O Partido dos Trabalhadores precisa de apoio dos partidos aliados para ter chances de assumir o controle da CCJ na Câmara . A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) é principal da Casa, pois delibera sobre a constitucionalidade dos projetos que são enviados à votação em plenário.
 
Os deputados petistas vão a poiar a reeleição de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara e tentar minar o poder do PL, que tem a maior bancada de oposição.
 
A expectativa do PT é reunir pelo menos 15 siglas partidária e contrapor a linha de frente à oposição bolsonarista ao futuro governo petista.
 
Com 99 parlamentares, o PL ainda sim pode ficar sem o controle da CCJ caso não obtenha apoio suficiente de deputados. Lira já reuniu o apoio de 14 legendas na disputa pela reeleição à presidência da Câmara, que acontece em fevereiro. 
 
Lira que é abertamente aliado de Jair Bolsonaro (PL) contou com apoio do PT, PC do B, PV e PSB. A condição dessa ‘aliança’ seria exatamente no compromisso do presidente da Câmara não interferir na disputa do PT para assumir a presidência da CCJ.  
 
O controle da CCJ deve assegurar aos representantes do próximo governo, a definir a ordem das pautas e propostas de interesse governo que são encaminhadas ao Plenário. Dá também o poder de ‘atrasar ou adiar’ propostas que não estão nos planos do governo.
 
Nos bastidores, Lira sinalizou que não vai atrapalhar as articulações do PT. O compromisso de não se mover já é relevante. O partido do deputado, o PP, deve formar um outro bloco com o PL, que também está trabalhando ativamente para conquistar o comando da CCJ. Uma das possibilidades aventadas entre aliados de Bolsonaro é tentar um “meio termo” com o PT para revezar o comando da comissão nos próximos dois anos. Petistas, contudo, descartam por ora um acordo. 
 
— Não tem nenhum acordo firmado 100% sobre a questão das comissões. Nós somos parte do bloco do presidente Arthur Lira desde o início. Esse bloco (do PT) está se formando e só depois vamos discutir um acordo. É óbvio que o PL, pelo tamanho que tem, vai ser respeitado — afirmou o líder do PL, Altineu Côrtes (RJ).
 
Lula convida União Brasil
 
Para isolar o PL, a ideia do PT é formar um “blocão do governo”, composto pelos partidos que farão parte da base de Lula. Se o PSD ou o MDB forem indicar ministros, por exemplo, o objetivo é que também façam parte do bloco do PT na Câmara. Essa condição está sendo colocada nas conversas com dirigentes, segundo interlocutores do partido. 
 
O próprio presidente eleito entrou ontem nas negociações ao convidar o União Brasil para integrar o novo governo. O petista se reuniu com os líderes do partido na Câmara e no Senado, respectivamente, Elmar Nascimento (BA) e Davi Alcolumbre (AP), no hotel em que está hospedado, em Brasília. Os parlamentares ouviram a proposta, mas não bateram martelo sobre a adesão. 
 
O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), prevê reunir ao menos mais 14 partidos no bloco. Além do próprio PT e partidos que formam a federação com a legenda — PV e PCdoB —, ele cita PSB, União Brasil, PSD, MDB, Avante, Rede, PSOL, Solidariedade, PROS, PSD, Cidadania e Podemos.
 
O PSOL, que decidiu não apoiar Lira, deve ser uma das exceções entre as legendas que caminham com Lula no movimento em direção ao deputado alagoano. 
 
— Lira foi responsável pelo avanço do Bolsonaro e do bolsonarismo e segue sendo conivente. Parte dessa política é o orçamento secreto, que comprou uma base de apoio. Está tudo no mesmo pacote, a reeleição do Lira, o orçamento secreto e um pacto com os bolsonaristas — diz a líder do partido na Câmara, Sâmia Bomfim (SP). 
 
 
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