Cães podem detectar com uma precisão de 93,7% o "cheiro do estresse". Segundo uma pesquisa da Queens´s University, no Reino Unido, esses animais reconhecem, pelo cheiro do suor e pela respiração humana, os processos fisiológicos associados a uma resposta aguda a situações estressantes.
Os odores emitidos pelo corpo constituem sinais químicos que evoluíram para a comunicação, principalmente dentro das espécies. Dado o notável olfato dos cães, seu histórico de domesticação próximo com os humanos e seu uso para apoiar condições psicológicas como ansiedade, ataques de pânico e transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), os pesquisadores se perguntaram se eles poderiam captar sinais químicos dos estados mentais de seus tutores.
No novo estudo, os cientistas utilizaram amostras de respiração e suor de não fumantes que não haviam comido ou bebido recentemente. As amostras foram coletadas antes e depois de uma tarefa aritmética em ritmo acelerado, juntamente com níveis de estresse autorrelatados e medidas fisiológicas objetivas: frequência cardíaca (FC) e pressão arterial (PA).
Amostras de 36 participantes que relataram aumento no estresse por causa da tarefa e experimentaram um aumento na FC e PA durante ela foram apresentadas para cães dentro de três horas após a coleta. Quatro cachorros de diferentes raças e misturas foram treinados, usando um clicker e ração, para combinar odores em uma tarefa de discriminação. No teste, eles deviam encontrar a amostra de estresse do participante.