Em mais um revés para os servidores públicos federais que pressionam com paralisações e ameaças de greves pelo reajuste salarial linear, o líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), confirmou, nesta quarta-feira (2), que somente os policiais serão contemplados com a reserva de R$ 1,7 bilhão para aumento de salários no Orçamento de 2022.
"As categorias a serem beneficiadas são da área de segurança pública. Os sindicatos dos servidores públicos precisam se entender. Aumento linear para todos não haverá, são R$ 3 bilhões para cada 1% de aumento para o servidor público", disse o parlamentar na abertura do ano legislativo, na Câmara.
"Não temos esse recurso no Orçamento. Ou eles se entendem e quando uma categoria consegue avançar, as outras apoiam, porque um dia vai chegar sua vez, ou fica como está. Alguns podem receber e outros não. Todos são contra e ninguém recebe nada, é simples assim", acrescentou.
O impasse com os servidores públicos começou antes mesmo do início da discussão da lei orçamentária no Congresso Nacional. Em dezembro do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro (PL) prometeu aumento para todo o funcionalismo.
Ao ser repreendido pelo ministro Paulo Guedes (Economia), o presidente recuou, mas manteve a promessa para as categorias policiais, que oferecem mais apoio ao governo.
No início do mês passado, quando Bolsonaro sancionou a lei orçamentária com o valor suficiente apenas para o reajuste da segurança pública, as demais categorias demonstraram descontentamento e cruzaram os braços em paralisações nacionais.
Na segunda-feira (31), Bolsonaro voltou a tocar no assunto durante agenda no Rio de Janeiro. Com o mesmo tom de Barros, o presidente afirmou que será possível reajustar os salários somente em 2023.
PEC dos Combustíveis será iniciativa parlamentar
O líder do governo na Câmara também adiantou que uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para diminuir os preços dos combustíveis será iniciativa parlamentar e não do governo federal, embora atenda à demanda do Planalto.
"Não temos esse texto ainda, mas o comando do presidente Bolsonaro é: zerar os impostos federais sobre óleo diesel, que custam R$ 50 bilhões por ano de renúncia fiscal, ou óleo diesel, energia e gás, que são R$ 75 bilhões de renúncia fiscal por ano, totalmente suportáveis pelo excesso de arrecadação que temos tido sucessivamente no Ministério da Economia", declarou Ricardo Barros.