Ela conta que o garoto nunca a visitava por estar “de castigo”. Criança e o irmão mais novo, de seis meses, estão sob custódia de familiares
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
Isabel Mendes Martins, avó do menino agredido com um chute no peito pelo padrasto na cidade de Sertãozinho (SP), classificou a cena como “muito cruel”. Ela diz que suspeitava que o neto estava sendo mal tratado pela mãe e o marido, e nunca mais a visitou por estar “de castigo”.
RELEMBRE:
“A gente pedia para buscar o menino, aí ela [a mãe] falava que não podia, que ele estava de castigo, que estava muito arteiro, então não ia para lugar nenhum”, conta.
A Polícia Civil investiga o caso e instaurou um inquérito por maus-tratos contra o padrasto, que compareceu à delegacia na última sexta-feira (5/10), prestou depoimento e foi liberado. Ildon Pimenta de Pádua, delegado responsável pelo caso, conta que o homem disse ter “perdido a cabeça” ao descobrir que o menino foi expulso da escola. A Secretaria Municipal de Educação não confirma a informação.
A criança e o irmão, um bebê de seis meses, foram retirados da guarda da mãe. O garoto está com o pai biológico e o neném, filho do suspeito, está com a avó materna.
Entenda o caso
Câmeras de segurança de uma residência flagraram o momento em que um homem, de 22 anos, agride o enteado, de 4, com um chute no peito. O caso aconteceu em uma rua de Sertãozinho e o Conselho Tutelar conseguiu as imagens após denúncia de um morador.
No vídeo, os dois estão em uma motocicleta, quando a criança desde do veículo usando um capacete. É nesse momento em que o suspeito o atinge, fazendo com que o menino caia sentado no chão. Logo após, a vítima se levanta e senta novamente na moto.
O conselheiro tutelar Rodrigo Clemente afirmou ao G1 que a violência aconteceu quando o garoto saiu da creche na última quarta-feira (3/10). Foi ele que, ao receber a denúncia, conseguiu as filmagens. O vídeo foi publicado no Facebook e, com isso, o agressor foi identificado.
Entretanto, quando Clemente e uma equipe da Guarda Civil Municipal chegaram à casa do homem, ele havia fugido. A mulher dele, mãe do menino, negou as agressões. Porém, elas foram confirmadas por vizinhos.
“Eles estão juntos há mais de quatro anos. Ela já tem outro filho com ele, de 6 meses. Essa criança que foi agredida é filha do primeiro relacionamento. Há relatos de vizinhos de que as agressões eram constantes e que ela, a mãe, também agredia bastante a criança”, disse o conselheiro.
Após ter sido submetida a um exame de corpo de delito na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a vítima foi colocada sob os cuidados do pai. “A criança relatou que o padrasto era bravo com ela e batia muito nela. A nossa linha de raciocínio é: se ele fez isso com o menino no meio da rua, imagina o que fazia em casa na ausência da mãe. Ela era conivente”, afirmou Clemente.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!