Corpo de Ferreira Gullar é enterrado na Academia Brasileira de Letras

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Foto: Divulgação

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O corpo do poeta Ferreira Gullar, morto neste domingo (4), aos 86 anos, foi velado no Rio desde as 11h desta segunda-feira (5), na sede da Academia Brasileira de Letras (ABL), instituição da qual era membro há dois anos. Antes de chegar à ABL, o corpo do poeta maranhense foi velado na Biblioteca Nacional desde a tarde de ontem.

Gullar foi sepultado no Mausoléu da ABL, no Cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul da cidade, às 16h de hoje. Segundo o presidente da ABL, Domício Proença Filho, o imortal era um dos maiores poetas da língua portuguesa.

“Ele faz parte daqueles poetas cuja obra marca a poesia do Brasil. Ele é da estirpe de João Cabral de Mello Neto, Carlos Drummond de Andrade, Bandeira. E era a voz mais representativa da nossa poesia contemporânea. Além de ser uma pessoa múltipla, artisticamente falando”, disse.

O cantor e compositor  cearense Raimundo Fagner, que teve Gullar como seu parceiro, em composições como Borbulhas de Amor e Traduzir-se, disse que ele “vinha com uma multidão de ideias. Era um poeta múltiplo, que sabia todos os caminhos”. A também cantora e compositora, Adriana Calcanhoto destacou o lado humano de Ferreira Gullar. “Era um homem incrível, muito livre, que não tinha medo de mudar de ideia, que não tinha essa preocupação falsa com coerência”.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, que esteve no velório na Biblioteca Nacional e também foi às homenagens na ABL, contou que é um admirador de Gullar desde os 17 anos e que essa admiração só cresceu depois que se conheceram pessoalmente.  "É uma perda porque é uma pessoa belíssima, mas vai perdurar em uma obra que nos enriquece como povo e nação", disse. "A grande poesia fica com você para sempre, passa a fazer parte do seu repertório, da sua visão de mundo".

O ministro da Cultura, Roberto Freire, disse que Gullar trabalhou em sua campanha política em 1989, quando se candidatou à presidência da República pelo PCB. Freire contou que tinha vontade de trazer o poeta para trabalhar em sua pasta. "Ele não era um intelectual recolhido, era um intelectual de luta", falou. "É uma grande perda na semana em que já tínhamos tido a tragédia da Chapecoense. O Brasil teve uma semana de grandes perdas e luto geral". 

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