EXTRATIVISTAS - Reunião no Incra/RO pode resolver problema antigo

Uma missão diplomática liderada por Guilhermo Barbosa do Consulado Brasileiro de Cobija, Luis Carlos Velasquez do MRE – Ministério da Relações Exteriores e do representante da OIM – Organização Internacional para Migrações, Denis Rodrigues estiveram reun

EXTRATIVISTAS - Reunião no Incra/RO pode resolver problema antigo

Foto: Divulgação

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Mais um passo foi dado em busca de solução para o problema que aflige cerca de 50 famílias de brasileiros que foram expulsas da Bolívia em 2008 por paramilitares daquele país. Uma reunião na manhã desta quarta-feira (14) na sede do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em Porto Velho  sinalizou com a busca de assentamento dos extrativistas no estado de Rondônia.

Uma missão diplomática liderada por Guilhermo Barbosa do Consulado Brasileiro de Cobija,  Luis Carlos Velasquez do MRE – Ministério da Relações Exteriores e do representante da OIM – Organização Internacional para Migrações, Denis Rodrigues estiveram reunidos com Flavio Ribeiro, superintendente do Incra/RO e chefe da divisão de assentamentos do Incra /AC, Hildebrando Veras, onde relataram os pedidos dos extrativistas.

A maioria dos nacionais brasileiros do Rio Mamu que foram expulsos dos seringais bolivianos de Pando decidiram ser assentados no Estado do Acre, numa área de terra que fica próximo ao município de Capixaba, outros, porém, decidiram esperar pelo assentamento no Estado de Rondônia.

O superintendente do Incra em Rondônia sinalizou com a possibilidade de assentamento no Estado, com três possíveis localizações. O cadastro das famílias no plano nacional de reforma agrária também é um passo a ser seguido pelos extrativistas. Ficou deliberado na reunião, que em breve, uma comissão de técnicos do Incra/Ro estarão em Extrema de Rondônia para encontro com expatriados e realização de cadastro.

 

 ENTENDA O CASO

 Em 2008, grupos paramilitares bolivianos expulsaram seringueiros e coletores de castanha brasileiros que vivem na fronteira oriental da Bolívia com o Brasil no interior da selva amazônica, com o pretexto de estarem realizando uma “reforma agrária”. Uma verdadeira ação terrorista contra os brasileiros, sem que nenhuma providência seja tomada. Essa omissão do governo brasileiro no que diz respeito às arbitrariedades cometidas pelo país vizinho já se tornou rotineira.

Só para relembrar, a Bolívia expropriou as instalações da Petrobras em solo boliviano, o Brasil perdoou a dívida externa dos “hermanos” e ainda temos a vergonhosa receptação oficial de veículos furtados em terras brasileiras, incluindo autoridades judiciais bolivianas como integrantes do crime organizado que financia os assaltos no Brasil. Como se não bastasse, os bolivianos ainda intimidam e expulsam brasileiros na ponta de facão e mira de revólver.

Em Vila de Extrema, distrito de Porto Velho situado a 360 km da capital, cerca de 30 destes brasileiros expulsos há cerca de dois anos da vizinha Bolívia pedem a intermediação do Governo Federal para assentamento no Brasil através do Incra – Instituto de Nacional de Colonização e Reforma Agrária.

Há três anos o Professor Francisco Marquelino Santana é líder do projeto Ecocidadania de uma escola estadual no distrito e defende os brasileiros expulsos, intermediando uma solução pacífica para o conflito. Marquelino defende a permanência dos brasileiros na região do Rio Mamu por motivos históricos e culturais ou um reassentamento no Brasil (Veja vídeo depoimento)

Numa reunião realizada no distrito de Extrema de Rondônia em outubro de 2009, os "homens da floresta"  relataram todo o drama sofrido na época .É o caso de Roberval Francelino Pereira da Silva, 57 anos, desde os nove anos de idade trabalhando no seringal Providencia na Bolívia, que acusa Iver Manguayo e Penarãnda líderes dos “Sem Terra” bolivianos de pressionar e liderar grupo armado. O acusado Iver estaria “trabalhando” em São Paulo (SP), onde residem familiares, possivelmente infiltrado na região da capital paulista que abriga imigrantes bolivianos que trabalham no segmento têxtil.

Leonardo Piedade Fragoso, 71 anos, desde os 26 anos morando na Bolívia relata ameaça de morte há dois anos, quando foi expulso de sua casa na região. Afirma já ter voltado a sua “colocação”, que se encontra “calma” por se encontrar em período de entressafra da castanha, período em que poucos brasileiros praticam o extrativismo no departamento do Pando . Outro seringueiro, Luis Lino Nazareno relata um encontro entre autoridades dos dois paises, que terminou com os brasileiros sendo acusados de mentirosos em relação às denuncias de agressão e intimidação por parte dos bolivianos.

Francisco das Chagas afirma que foi proibido de navegar no rio Mamu, com a colocação de corda atravessando o Rio, além de ter ficado separado da família por três dias. Também acusa agitador “oficial” de ser responsável por intimidação e apropriação de produção da safra

Francisca Sampaio de Souza, também expulsa de território boliviano pela milícia armada diz ter sofrido humilhações por parte de grupo  “Sem terras” bolivianos. A mulher também disse que atualmente, mesmo morando no Brasil, tem que suportar a “ironia e brincadeiras” por parte de bolivianos que aportam nas proximidades de sua casa, a beira do Rio Abunã. “Eles passam por aqui rindo da cara da gente”.

“Morei minha vida inteira no Seringal Cachoeirinha no Rio Mamu, fui expulso de lá, eles tomaram tudo que eu tinha, me botaram para dormir num galinheiro, e agora não vou perder a oportunidade de ter um pedaço de terra para descansar em paz no meu país”, disse o seringueiro Luis Piedade.

REFORMA BOLIVIANA

Em 2006 a Bolívia deu início a um plano de reforma agrária, pelo qual não mais permitiria a presença de brasileiros e outros estrangeiros na sua faixa de terras de fronteira. A medida responde ao novo texto constitucional boliviano, segundo o qual nenhum estrangeiro pode adquirir ou ter propriedades em território nacional sob usufruto numa faixa de 50 quilômetros a partir das zonas fronteiriças.

Em 2008, oriundos de Riberalta (Beni) e liderados pelo agitador social Iver Manguayo Amutary, cerca de 200 bolivianos, chamados “Zafreros” (extratisvistas de Castanha e Seringa), divididos em grupos de 30 a 50 pessoas, entraram na região da província Federico Román, onde os brasileiros trabalhavam, tomando suas casas, pertences e roças com o uso de intimidação armada.

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