Cinco testemunhas foram ouvidas na sexta-feira (12) no Setor de Investigações Gerais (SIG) da Delegacia Seccional de Osasco sobre o duplo homicídio. Entre elas está uma enteada de Glauco, que presenciou o crime, dois vizinhos, o pai e o avô do suspeito, o estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes (foto), de 24 anos. A polícia diz que não há novos depoimentos marcados, mas aguarda a disponibilidade dos familiares para ouvi-los.
O suspeito, o estudante universitário Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, é considerado foragido pela polícia. De acordo com o delegado Archimedes Cassão Veras Junior, os investigadores tentam identificar também uma pessoa que acompanhava o suspeito no local do crime. As testemunhas dizem que era um homem, que chegou a descer do automóvel posteriormente utilizado pelo estudante na fuga. Existe a possibilidade de uma segunda pessoa no carro.
Segundo versão da enteada de Glauco à polícia, ela chegava em casa quando foi abordada pelo estudante, que estava com uma arma e uma faca, essa última escondida sob a roupa. Logo depois, o cartunista veio ao encontro dos dois, ainda no quintal. O delegado afirmou que o suspeito dizia coisas desconexas. Uma delas era a de que pretendia levar Glauco para que ele confirmasse à mãe que o estudante era Jesus.
Houve uma discussão entre o cartunista e o suspeito do crime. Glauco acabou atingido por uma coronhada no rosto. A mulher e a outra enteada foram ao encontro dos demais e presenciaram, segundo a polícia, o momento em que o suspeito disparou quatro tiros contra o cartunista. Raoni Villas Boas entrou no imóvel em seguida, vindo da faculdade, e também foi atingido por quatro tiros. Eles chegaram a ser socorridos, mas morreram no hospital.
O delegado afirmou que a família do estudante ficou sabendo do caso pela imprensa. “Eles estão consternados, também não aceitam”, contou. O jovem já teve acompanhamento psicológico e a polícia investiga se ele possuía envolvimento com drogas – há uma passagem por porte de drogas.
Segundo Veras Junior, ele procurava orientação com Glauco e a comunidade da região, por isso, era conhecido por todos. A polícia não descarta que o crime tenha sido premeditado, já que o estudante chegou armado ao local.
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Cartunista Glauco, em uma foto de 2002.
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