TURISMO: Cliente da CVC pode usar FGTS para pagar viagem em até dez anos

Hoje, 75% do público da CVC é formado por adultos entre 33 e 60 anos

TURISMO: Cliente da CVC pode usar FGTS para pagar viagem em até dez anos

Foto: Assessoria

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A empresa de turismo CVC lançou neste mês a venda de pacotes e viagens com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Em parceria com o banco digital Digio, do Bradesco, a operadora oferece uma linha de antecipação do saque-aniversário para compra de produtos turísticos.
 
"Nós nos tornamos correspondentes bancários do Digio para oferecer esta linha de crédito nas nossas mais de mil lojas em todo o Brasil", afirmou à reportagem Emerson Belan, diretor-geral da CVC Viagens. Segundo ele, foi uma iniciativa inédita no setor privado, até agora nenhuma empresa se associou a um banco para explorar recursos do FGTS.
 
A expectativa é que a linha de crédito responda por 10% das vendas da CVC dentro de sete meses. "Existem 82 milhões de pessoas que possuem saldo no Fundo de Garantia, um valor que chega a R$ 488 bilhões", diz Belan, ressaltando que a linha de crédito também vale para contas inativas do FGTS.
 
Na prática, o consumidor vai até uma loja CVC, com o aplicativo da Caixa Econômica Federal instalado no celular. É preciso habilitar o banco Digio para ter acesso às informações sobre o fundo. A partir daí, o atendente da CVC faz a simulação de quanto é possível antecipar de saldo para a compra do pacote ou da viagem.
 
Para conseguir a retirada de parte do saldo do FGTS, é preciso fazer a adesão à modalidade saque-aniversário. Não é necessário estar no mês do aniversário para ter acesso à linha de crédito -no entanto, o mês de contratação do empréstimo influencia no cálculo dos juros, porque o abatimento das parcelas só é feito no mês de aniversário do cliente. Depois disso, o consumidor recebe da CVC um link para preenchimento do contrato. "O dinheiro estará disponível em até 48 horas na conta que o cliente indicar, não é preciso abrir conta no banco Digio", diz Belan.
 
O consumidor recebe então um boleto com o preço total da viagem, que deve ser quitado com o dinheiro do empréstimo em até cinco dias. A CVC recebe o total à vista pelos produtos vendidos, mas o consumidor vai pagar o pacote ou a viagem em prestações anuais, de três a dez anos, com juros de 1,99% ao mês.
 
Existe a possibilidade de antecipar até 70% do saldo do FGTS, contando os juros, diz Belan.
 
Uma pessoa que tenha R$ 10 mil de saldo de FGTS, por exemplo, pode usar até R$ 4.962,77 para uma viagem, paga em três parcelas anuais, ou até R$ 6.121,39 para uma viagem paga em dez anos, ou dez parcelas.
 
Mas para o cliente que contar com um saldo do FGTS maior do que este e desejar uma viagem de R$ 10 mil, por exemplo, o cálculo será o seguinte: R$ 18.100 pagos ao longo de dez anos, ou a um custo de R$ 13.487, se optar por quitar a dívida dentro de três anos.
 
"É uma maneira de democratizar o acesso ao turismo no Brasil, que é nossa missão", afirma Belan. Na opinião do executivo, não há risco de superendividamento. "O cliente recebe o equivalente a um salário de FGTS ao ano, o que ele gastar com a viagem vai ser reposto, é como um crédito consignado", diz. "É um dinheiro que ficava parado, mas que agora ele pode usar para bancar a viagem dos sonhos dele e da família."
 
De acordo com o diretor da CVC, a antecipação do saque-aniversário pode pagar a viagem inteira ou apenas a entrada, se o cliente preferir completar o dinheiro do pacote com recursos próprios.
 
Em caso de demissão, o valor do empréstimo, com juros, fica bloqueado junto à Caixa -assim como acontece com outras linhas de financiamento que usam a antecipação do saque do FGTS.
 
 
PROCURA NAS LOJAS AUMENTOU 20% DESDE RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA 123MILHAS
 
"As pessoas estão com muita vontade de viajar, mas às vezes sem limite no cartão", diz Belan, que lança o produto três meses depois de a 123Milhas, um dos maiores rivais da operadora, entrar em recuperação judicial, com dívidas de R$ 2,3 bilhões.
 
De acordo com o executivo, desde então, o fluxo de clientes nas lojas da CVC aumentou 20%. "Nós acolhemos os consumidores que ficaram desassistidos", diz ele. "Os preços da 123Milhas não existiam." A CVC registrou um prejuízo de R$ 87,5 milhões no terceiro trimestre deste ano, um aumento de 16,6% sobre as perdas do mesmo período do ano passado. A receita líquida, no entanto, aumentou 11,3%, para R$ 375,8 milhões.
 
Nesta semana, a operada apresenta a campanha pré-Black Friday: a cada 48 horas, um destino nacional e um destino internacional terão descontos na alta temporada. Um pacote de nove dias, com ida e volta para Orlando (EUA), por exemplo, com embarque em março, sai R$ 5.687 por pessoa.
"A partir de 18 de novembro, vamos ter mais de 300 inserções diárias na TV aberta, com a divulgação de QR codes com descontos expressivos, de até 99%", diz Belan.
 
Hoje, 75% do público da CVC é formado por adultos entre 33 e 60 anos. Na alta temporada (entre novembro e fevereiro), os três destinos mais buscados são nacionais: Porto Seguro (BA), Maceió (AL) e Gramado (RS).
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