A difícil previdência

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Em 2003, a expectativa de vida, no Brasil, não ia além dos sessenta anos. Hoje, tem muita gente que chega aos oitenta, tranquilamente, dando e vendendo saúde, como se diz popularmente, com uma jovialidade capaz de matar de inveja garotões de vinte anos, muitos dos quais caindo aos pedaços, corroídos pelo álcool, pelo cigarro, dentre outras bombas químicas.

 

Infelizmente, nem todos conseguem realizar essa façanha e, quando conseguem, dificilmente podem desfrutar do merecido ócio, recebendo uma aposentadoria decente, depois de seguidos anos de trabalho, seja no campo, seja na iniciativa privada, onde a média das aposentadorias não supera dois salários mínimos, enquanto algumas castas privilegiadas do setor público vão para a inatividade com remunerações nababescas para os padrões brasileiros e até de países de primeiro mundo.

 

No final das contas, o caixa que paga os dois é o mesmo, gerando, assim, um desequilíbrio brutal, cada vez mais crescente, cabendo, agora, ao presidente Jair Bolsonaro, tentar equilibrar a balança, ou, pelo menos, reduzir essa injustiça absurda, com a aprovação de um sistema previdenciário.

 

Segundo alguns especialistas, para que um regime previdenciário funcione a contento seria preciso que existissem pelo menos sete pessoas produzindo para fazer frente a dois aposentados. No Brasil, porém, são dois para um e, o que é pior, diminuindo drasticamente, o que causa um déficit fenomenal.

 

A equipe do novo governo não pode mais tardar. Tentar fazer remendos ou empurrar o problema com a barriga só vai aumentar ainda mais o rombo nas contas públicas. Muitos são os caminhos. Muitas são as propostas. Difícil, portanto, é saber qual é a melhor. Todo mundo tem consciência de que o sistema previdenciário brasileiro está falido, mas na hora de cortar privilégios, ninguém quer. Mas o governo preciso ir adiante. Chegou o momento de que uma decisão precisa ser tomada. É agora ou nunca!

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