O pacto da mediocridade

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O Brasil é o país dos pactos. Já tivemos pactos de todos os tipos e para todos os gostos. Tantos foram eles, que é praticamente impossível guardar seus nomes. Sempre foi assim. Quando um presidente da República, um governador ou prefeito não consegue, por pura incompetência ou desleixo, encontrar soluções concretas para os problemas contra os quais se debate a sociedade, inventa um pacto. É a velha opção pelo atraso.

 

Agora chegou a vez de o prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves, convocar setores da sociedade para fazerem um pacto pela saúde. É preciso saber quem inspirou a missa que vem sendo oficiada pelo dirigente municipal, algo não muito difícil de descobrir tamanha a quantidade de cabeças ocas que o cercam. Santo Deus! Quando você imagina que a situação da saúde vai melhorar, piora ainda mais.

 

No Brasil, pacto virou sinônimo de fracasso. Nunca deu certo porque nunca houve e jamais haverá pré-disposição das partes em construir uma agenda suprapartidária que privilegie as questões crucias da Nação. E não seria diferente com a ideia relançada pelo prefeito, principalmente num momento como esse que o país vive, com a maioria da classe política completamente desacreditada, preocupada em assegurar apenas seus privilégios e os dos seus grupos.

 

A proximidade da campanha política é outro entrave. O clima eleitoral altera os ânimos e evidencia perfis. Em vez de compor com o prefeito, seus adversários vão procurar expor as vísceras de sua administração. Ninguém vai querer participar da formação de uma frente municipal para estabelecer metas comuns e trabalhar por elas.

 

Mais uma vez, o prefeito atirou no escudo. Errou o alvo. O perigo é a bala ricochetear e acertar em cheio o atirador e outros que estiverem por perto. Não precisa ser especialista em nada para saber que não será nenhum pacto que vai melhorar a qualidade do atendimento e colocar medicamentos nas prateleiras das farmácias das unidades de saúde. O remédio para isso chama-se: competência. Esse é mais um pacto da mediocridade.

 

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