OPINIÃO DE PRIMEIRA – Como usar a inteligência para manter o poder por longos anos? –Por Sergio Pires

COLUNA

13 de Novembro de 2013 às 08:46

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OPINIÃO DE PRIMEIRA – Como usar a inteligência para manter o poder por longos anos? –Por Sergio Pires

Foto: Divulgação

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Porque, num país ao sul do Equador, o mesmo grupo político vai ficar pelo menos mais quatro anos no poder? Há muitas explicações, nuances, questões claras. Uma delas é que ele criou o maior sistema de captação de votos da história da sua terra. Usou, com inteligência e dentro da legalidade, o desespero de uma população de milhões de pessoas abandonadas pelo lado rico do seu país. E foi mais criativo: preparou um cenário em que, caso surja algum opositor com chance de derrotá-lo nas urnas, o partido avisa aos miseráveis que o benefício que salvou a pele de milhões deles, poderá ser cortado por governantes que não tenham a mesma sensibilidade social dos que estão no poder (e que têm o dinheiro no cofre). Genial. Outro aspecto importante: a preparação, durante mais de três décadas, de devotados amigos ideológicos, formados nas faculdades na fase final e logo depois da ditadura militar. E que hoje ocupam postos chaves em importantes setores da sociedade. É essa gente que não permite que se mudem projetos como os que impedem a criminalização de menores bandidos; que impõe tributação nunca antes imaginada sobre a produção, mantendo a obesidade mórbida do Estado; que ajuda a criar a República Sindicalista; que, na mídia, vocifera contra qualquer sintoma de que alguém conteste o que, para eles, é a verdade absoluta.

Na essência, os donos do poder, hoje, usam o sistema democrático, de forma inteligente, para impor sua ideologia. Quando encontram alguma oposição, partem para a briga, taxando-a de retrógrada, reacionária, amante da ditadura militar. Impõe seu domínio com seu pessoal treinado para não permitir o contraditório e, quando há algum risco, simplesmente vai cooptando pelo caminho muitos dos políticos adversários, que são facilmente atraídos por cargos e dinheiro. Moleza!

PIADA DA OPOSIÇÃO

No mesmo tema: não se brinca com essa gente que se especializou a transformar discurso vazio como seu estivesse falando sobre a realidade. E que sabe como ninguém não dar espaço para que surja alguma liderança que possa tirá-la do poder. Sabem como ninguém manipular, criar frases feitas, usam baboseiras do politicamente correto como se fosse coisa realmente séria. Eles são os melhores. Prova disso é que, desde que estão no governo, a oposição no Brasil se transformou quase que numa piada.

FEDOR NA CÂMARA

Nesta quarta tem mais polêmica na Câmara de Porto Velho. O tema de audiência pública é, literalmente, fedorento. Por que? É que vai se tratar da Rodoviária de Porto Velho, que cheira mais ou menos como um chiqueiro. A iniciativa é do vereador Sid Orleans, do PT. Sid quer que a Prefeitura reassuma a rodoviária e não a deixe sob a tutela do Governo do Estado. O petista obviamente vai lembrar também que na administração do seu partido, o PT, a recuperação da rodoviária também não andou. E hoje está um arremedo, quase uma ofensa aos usuários.

FAZ DE CONTA

No final de semana, mais de duas dezenas de bebuns foram flagrados dirigindo. É a rotina de Porto Velho, mas, reservadas as proporções, é o mesmo que ocorre em todas as cidades país afora. Os bêbados continuam no volante, causando acidentes com feridos graves e mortes. A legislação faz de conta que pune e eles fazem de conta que não vão mais beber ao dirigir. Como ninguém vai para a cadeia ou leva multas milionárias, é tudo jogo de cena. Desse jeito, claro, o problema não tem solução.

PROTESTO JUSTO

Com toda a a razão, o senador Acir Gurgacz fez cara muito feia ao ver a péssima qualidade da obra de restauração da BR 364, no trecho entre Ouro Preto e Pimenta Bueno. A camada asfáltica, misturada à brita da pior qualidade, tem pelo menos dois centímetros a menos do que deveria. Claro que, pouco depois de pronto, tudo tem que ser refeito, porque já fica cheio de buracos. Acir falou duro no Senado, contra esse absurdo. Toda a bancada rondoniense tem que berrar, senão nos empurram, de novo, uma obra como a cara deles.

PENSANDO E REPENSANDO

O Padre Ton andava repensando o projeto de ser pré-candidato ao Governo em 2014. Já havia, na verdade, recomeçado a se voltar para a busca da reeleição à Câmara Federal. Mas depois do apoio maciço que teve de seu partido, o PT, vencendo com enorme facilidade a eleição para o diretório estadual, ele estaria voltando a estudar, com grande interesse, o projeto original para 2014. Terá apoio dos sempre combativos petistas em todo o Estado e praticamente de todas as alas do PT. Menos, é claro, da turma da ex-senadora Fátima Cleide.

QUASE QUEBRANDO

Vitorino Cherque, presidente da Associação dos Municípios de Rondônia, é um dos líderes estaduais que estão em Brasília, com pires na mão, pedindo socorro do governo federal. A União, que usa os tributos municipais para fazer política e campanha eleitoral, deixou os municípios quebrados. Muitos estados também está em situação de quebradeira geral. Mas são as pequenas cidades, as com menos de 50 mil habitantes, que podem terminar o ano falidas. Cherque lidera grupo de prefeitos rondonienses que não sabe mais o que fazer pela sobrevivência financeira da sua Prefeitura. Lamentável!

PERGUNTINHA

Dona Dilma chega a Ji-Paraná dia 29. Se você pudesse falar com a nossa Presidente, o que gostaria de pedir para ela?

Direito ao esquecimento

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