Sua aparência é pouco conhecida porque não chegou a pintar nenhum retrato seu, sabe-se que era alto, magro, de olhar espantado, alguns cabelos brancos e caprichoso com suas roupas. A história diz que o mesmo morreu solteiro sem deixar filhos registrados, no entanto existe a suspeita de que durante um relacionamento curto com Antônia Maria tenha surgido a pequena Joaquina, esta não seria a única filha dele, alguns historiadores defendem o fato dele ter se envolvido com a irmã mais velha de Antônia gerando João de Almeida Beltrão, mas este foi registrado pelo marido da mulher amenizando os comentários.
A ideia dos inconfidentes era, prender o governador de Minas Gerais durante a revolta planejada, chamado de cobrança da Derrama.
A Inconfidência (traição) Mineira ou Conjuração (conspiração) Mineira, foi um movimento ocorrido em Minas Gerais em 1789 que questionava a dominação portuguesa sobre as terras brasileiras.
Em 1760 a extração do ouro diminuiu, aumentando a pobreza na região, os colonos não conseguiram pagar os 1.500kg de ouro/ano. Em 1789 a dívida mineira alcançava 1.000.000 de réis. A Coroa exigiu o pagamento dessa quantia alegando que foram as sonegações e contrabando que desviaram tal valor e não os esgotamentos das jazidas como afirmavam os mineradores.
Luís Antônio Furtado de Mendonça, o visconde de Barbacena intitulado Governador de Minas Gerais e encarregado de cobrar os impostos através da Derrama. Quando ficaram sabendo disso, os mineradores se reuniram em Vila Rica (atual Ouro Preto) inspirados nas ideias Iluministas e nos ideais a Independência dos Estados Unidos da América buscando uma saída para a situação.
As reuniões dos inconfidentes ocorreram na casa do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade. Os principais objetivos dos revoltosos eram:
1. Proclamar a República em Minas Gerais obtendo o apoio de São Paulo e Rio de Janeiro;
2. Adotar a bandeira do movimento como símbolo do novo país;
3. Fundar uma Universidade em Vila Rica;
4. Desenvolver manufaturas têxteis e siderurgias na região;
5. Liberar o Distrito Diamantino para todos os mineiros explora-lo livremente;
6. Obter o perdão das dívidas junto a Fazenda Real;
7. Abolir a escravidão de negros e mestiços nascidos em solo brasileiro.
Em 15 de março de 1789 o coronel Joaquim Silvério dos Reis com o intuito de ter sua dívida perdoada acabou denunciando os revoltosos para o governador, assim que soube da noticia suspendeu a Derrama e reuniu tropas para encontrar e prender os rebeldes. O julgamento dos envolvidos durou 29 meses, e no dia 20 de abril de 1790 a sentença foi lida na capital, Rio de Janeiro.
A coroa portuguesa considerou 34 pessoas culpadas e condenou apenas 11 à morte na forca. A rainha D. Maria I trocou a pena de morte de 10 envolvidos pelo exílio perpétuo em colônias africanas. O único que recebeu a pena máximo foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que foi enforcado, esquartejado e teve os pedaços do corpo expostos na rua para servir de exemplo à população. Depois as partes de seu corpo foram distribuídas pelas cidades onde pregava a independência e discursos de revolução: Queluz, Inconfidência (antiga Santana de Cebolas), Barbacena e Varginha do Lourenço.
Por sua vez, a cabeça de Tiradentes foi colocada exposta em um poste no centro de Vila Rica, uma forma de inibir outros revoltosos e outros movimentos. Depois disso, sua cabeça nunca mais foi localizada. A casa em que morava foi totalmente destruída e no terreno, jogou-se sal para que nunca mais nada germinasse.
Tiradentes foi executado no dia 21 de abril do ano de 1792, o dia que se tornou feriado nacional, sendo o primeiro brasileiro a pregar a separação de Portugal.
Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes (1746-1792)
Primeiro a ter o nome inserido no Livro dos Heróis da Pátria (21 de abril de 1992), por ocasião do bicentenário de sua execução. Mineiro, foi dentista prático e pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Participou de um movimento contra os pesados impostos cobrados pela coroa portuguesa (Inconfidência Mineira), reprimida pelo governo central. Foi enforcado e depois esquartejado.
Em relação ao título desse artigo, fizemos a seguinte pergunta: Tiradentes, herói ou vilão? Vale lembrar que a figura do herói é vista como uma pessoa corajosa, virtuosa e exemplar que se destaca por suas realizações notáveis ou nobres qualidades. Na contramão, temos o oposto do herói, o vilão que se refere a uma figura que é percebida como má, malvada ou perversa. Os vilões frequentemente retratam em história, filmes, séries e outros meios de comunicação com antagonistas dos heróis, sendo responsáveis por criar conflitos, ameaças e obstáculos que precisam ser superados pelos protagonistas.
Durante muito tempo, Tiradentes foi retratado como um mártir, um líder idealista e patriota que lutou pelo bem comum e foi sacrificado pelas autoridades portuguesas por suas convicções políticas. No entanto, alguns historiadores mais recentes argumentam que sua imagem foi construída e idealizada por movimentos políticos posteriores, e que ele não era necessariamente um líder exemplar ou um defensor da liberdade e da igualdade.
Por outro lado, há também aqueles que consideram Tiradentes um vilão, acusando-o de liderar uma conspiração que teria colocado em risco a estabilidade e a segurança do país, bem como os interesses econômicos e políticos das elites locais. Essa visão, no entanto, é menos comum e geralmente é associada a setores conservadores da sociedade.
Para finalizar, a imagem de Tiradentes é complexa e multifacetada, e sua classificação como herói ou vilão depende em grande parte da interpretação e dos valores de cada indivíduo. É importante lembrar, no entanto, que Tiradentes é reconhecido como um importante símbolo da luta pela independência e pela democracia no Brasil, e que sua história é parte integrante da formação do país.