Tiradentes, herói ou vilão? - Por Lourismar Barroso

Seu nome de batismo era Joaquim José da Silva Xavier, nasceu em 1746 em Minas Gerais, filho de Antônia da Encarnação Xavier (brasileira) e Domingos da Silva Santos (proprietário rural português). Tiradentes teve oito irmãos.

 

 

Aos 9 anos de idade perdeu sua mãe e aos 15 anos se tornou órfão de pai ficando sobre a tutela de seu tio até os 25. Como não pôde frequentar o curso regular foi alfabetizado por seu irmão mais velho. Por causa da morte prematura de seus pais, e por ser menor de idade, seu padrinho Sebastião Ferreira Leitão ficou responsável por ele.
 
 
Como Sebastião era um cirurgião dentista, e foi através dele que Tiradentes passou a se dedicar à profissão que lhe rendeu o apelido. Ele também trabalhou como minerador e mascate, e graças aos conhecimentos que adquiriu, tornou-se perito em reconhecer terrenos e em explorar seus recursos.
Em 1772 foi mascate entre Rio de Janeiro e Minas Gerais.
 
 
Perdeu a licença de mascate quando foi defender um escravo. Depois ingressou na 6ª Companhia de Dragões do Regimento de Cavalaria Regular da Capitania de Minas Gerais, com o cargo de Alferes, em temos atuais, segundo tenente. Foi lá que conheceu as ideias iluministas de Thomas Jeferson. Por não ter conseguido na carreira militar uma promoção, Tiradentes pediu em 1787 uma licença da cavalaria. 
 
 
 
 
Durante o período em que esteve afastado do trabalho militar, Tiradentes morou no Rio de Janeiro e passou a idealizar alguns projetos, como a canalização dos rios Maracanã e Andaraí, entretanto, não teve aprovação para que as obras pudessem ser executadas. Esse fato fez com que Tiradentes aumentasse todo o seu repudio pelo domínio dos portugueses.
 
 
Quando voltou para Minas Gerais, passou a pregar a favor da independência da capitania, Vila Rica.
Tiradentes possuía sítios, gados, sesmarias e escravos. Inclusive chegou a explorar mais de 43 minas de ouro em 1781. 
 
 
Ao passar seus bens para terceiros, Tiradentes queria evitar o confisco de tudo que conseguira. Fugiu para o Rio de janeiro e lá foi preso, acusado de tramar contra Portugal. 
 
 
 
 
Sua aparência é pouco conhecida porque não chegou a pintar nenhum retrato seu, sabe-se que era alto, magro, de olhar espantado, alguns cabelos brancos e caprichoso com suas roupas. A história diz que o mesmo morreu solteiro sem deixar filhos registrados, no entanto existe a suspeita de que durante um relacionamento curto com Antônia Maria tenha surgido a pequena Joaquina, esta não seria a única filha dele, alguns historiadores defendem o fato dele ter se envolvido com a irmã mais velha de Antônia gerando João de Almeida Beltrão, mas este foi registrado pelo marido da mulher amenizando os comentários.
 
 
A ideia dos inconfidentes era, prender o governador de Minas Gerais durante a revolta planejada, chamado de cobrança da Derrama.
 
 
A Inconfidência (traição) Mineira ou Conjuração (conspiração) Mineira, foi um movimento ocorrido em Minas Gerais em 1789 que questionava a dominação portuguesa sobre as terras brasileiras. 
 
 
Em 1760 a extração do ouro diminuiu, aumentando a pobreza na região, os colonos não conseguiram pagar os 1.500kg de ouro/ano. Em 1789 a dívida mineira alcançava 1.000.000 de réis. A Coroa exigiu o pagamento dessa quantia alegando que foram as sonegações e contrabando que desviaram tal valor e não os esgotamentos das jazidas como afirmavam os mineradores.
 
 
Luís Antônio Furtado de Mendonça, o visconde de Barbacena intitulado Governador de Minas Gerais e encarregado de cobrar os impostos através da Derrama. Quando ficaram sabendo disso, os mineradores se reuniram em Vila Rica (atual Ouro Preto) inspirados nas ideias Iluministas e nos ideais a Independência dos Estados Unidos da América buscando uma saída para a situação.
 
 
 
 
As reuniões dos inconfidentes ocorreram na casa do tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade. Os principais objetivos dos revoltosos eram:
 
1.     Proclamar a República em Minas Gerais obtendo o apoio de São Paulo e Rio de Janeiro; 
 
2.     Adotar a bandeira do movimento como símbolo do novo país; 
 
3.     Fundar uma Universidade em Vila Rica; 
 
4.    Desenvolver manufaturas têxteis e siderurgias na região; 
 
5.     Liberar o Distrito Diamantino para todos os mineiros explora-lo livremente; 
 
6.     Obter o perdão das dívidas junto a Fazenda Real; 
 
7.     Abolir a escravidão de negros e mestiços nascidos em solo brasileiro.
 
 
Em 15 de março de 1789 o coronel Joaquim Silvério dos Reis com o intuito de ter sua dívida perdoada acabou denunciando os revoltosos para o governador, assim que soube da noticia suspendeu a Derrama e reuniu tropas para encontrar e prender os rebeldes. O julgamento dos envolvidos durou 29 meses, e no dia 20 de abril de 1790 a sentença foi lida na capital, Rio de Janeiro.
 
 
A coroa portuguesa considerou 34 pessoas culpadas e condenou apenas 11 à morte na forca. A rainha D. Maria I trocou a pena de morte de 10 envolvidos pelo exílio perpétuo em colônias africanas. O único que recebeu a pena máximo foi Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que foi enforcado, esquartejado e teve os pedaços do corpo expostos na rua para servir de exemplo à população. Depois as partes de seu corpo foram distribuídas pelas cidades onde pregava a independência e discursos de revolução: Queluz, Inconfidência (antiga Santana de Cebolas), Barbacena e Varginha do Lourenço.
 
 
Por sua vez, a cabeça de Tiradentes foi colocada exposta em um poste no centro de Vila Rica, uma forma de inibir outros revoltosos e outros movimentos. Depois disso, sua cabeça nunca mais foi localizada. A casa em que morava foi totalmente destruída e no terreno, jogou-se sal para que nunca mais nada germinasse.
Tiradentes foi executado no dia 21 de abril do ano de 1792, o dia que se tornou feriado nacional, sendo o primeiro brasileiro a pregar a separação de Portugal.
 
 
Joaquim José da Silva Xavier – O Tiradentes (1746-1792)
 
Primeiro a ter o nome inserido no Livro dos Heróis da Pátria (21 de abril de 1992), por ocasião do bicentenário de sua execução. Mineiro, foi dentista prático e pertenceu ao Regimento de Dragões de Minas Gerais. Participou de um movimento contra os pesados impostos cobrados pela coroa portuguesa (Inconfidência Mineira), reprimida pelo governo central. Foi enforcado e depois esquartejado.
 
 
Em relação ao título desse artigo, fizemos a seguinte pergunta: Tiradentes, herói ou vilão? Vale lembrar que a figura do herói é vista como uma pessoa corajosa, virtuosa e exemplar que se destaca por suas realizações notáveis ou nobres qualidades. Na contramão, temos o oposto do herói, o vilão que se refere a uma figura que é percebida como má, malvada ou perversa. Os vilões frequentemente retratam em história, filmes, séries e outros meios de comunicação com antagonistas dos heróis, sendo responsáveis por criar conflitos, ameaças e obstáculos que precisam ser superados pelos protagonistas.
 
 
Durante muito tempo, Tiradentes foi retratado como um mártir, um líder idealista e patriota que lutou pelo bem comum e foi sacrificado pelas autoridades portuguesas por suas convicções políticas. No entanto, alguns historiadores mais recentes argumentam que sua imagem foi construída e idealizada por movimentos políticos posteriores, e que ele não era necessariamente um líder exemplar ou um defensor da liberdade e da igualdade.
 
 
Por outro lado, há também aqueles que consideram Tiradentes um vilão, acusando-o de liderar uma conspiração que teria colocado em risco a estabilidade e a segurança do país, bem como os interesses econômicos e políticos das elites locais. Essa visão, no entanto, é menos comum e geralmente é associada a setores conservadores da sociedade.
 
 
Para finalizar, a imagem de Tiradentes é complexa e multifacetada, e sua classificação como herói ou vilão depende em grande parte da interpretação e dos valores de cada indivíduo. É importante lembrar, no entanto, que Tiradentes é reconhecido como um importante símbolo da luta pela independência e pela democracia no Brasil, e que sua história é parte integrante da formação do país.
 
 
 
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