A conspiração, o Pandinha ou a Papuda

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CALA-TE!

 

Completamos dez dias mergulhados na maior crise política e institucional de Rondônia desde o assassinato do ex-senador Olavo Pires. Em 1990, o clima era de renovada experiência democrática, com a eleição de Fernando Collor em 1989 e a forte disputa em Rondônia no final de 1990. Os interesses transversais sobre o caixa recheado do ainda novo estado da federação eram fervilhantes, pois a última légua do financiamento a fundo perdido, pelo governo federal, de todas as operações do estado - uma festa - aproximava-se do fim. Já era intensivo o tráfico de drogas em nossas fronteiras abertas e o envolvimento de políticos com o narcotráfico. Pareceria que Rondônia fora criada para abrir uma nova rota da droga, diretamente das fontes. Bem, até o último dia 3 de março, nenhum outro evento político foi tão letal quanto aquele assassinato não desvendado. Nem a demissão em massa de 10 mil servidores públicos no governo Bianco, teve tão grave efeito sobre a política, os políticos, o Executivo e o Legislativo.

 

O resultado, devastador sim, foi social, sobre famílias inteiras. Apesar do enorme, gigante esforço em colocar panos quentes ou desviar os focos, o incêndio deflagrado há mais de uma semana não foi debelado. O clima é muito tenso, as acusações proliferam e as alianças do crime pervertido prosperam, para maximizar o aproveitamento da patifaria. E a senha é CALA-TE! Silêncios comprados ou vendidos, traições insidiosas e denúncias anônimas espalham-se como a peste. O objetivo é tornar o processo eleitoral uma arena para gladiadores da política verterem o sangue dos mais fracos. E tomar seus lugares, territórios, orçamentos e rotas do crime. Se você tem alguma dúvida, está desinformado, mal informado ou não conhece a política em Rondônia. E já haviam comprado uma fábrica de pizzas para dar conta de tanta armação premeditada. Os velhos bordões do Lula, "eu não sabia" ou "eu não sei de nada", ainda não foram ouvidos. Claro.

 

A CONSPIRAÇÃO

 

Os fatos desenhados até agora têm os elementos essenciais de um golpe branco, uma conspiração para garantir a retomada de posições de poder e, ao mesmo tempo, ferir de morte personagens e biografias. Todos temem envolver diretamente o governador Confúcio Moura, o maior beneficiado até agora, em conluio com seu partido e dirigentes. De carecas a barbudos, todos são botocudos nessa conspiração. Não importa o custo e os enormes danos colaterais sobre pessoas, instituições e aquele detalhe menos importante: a população. O MDB mantém suas patas sobre o governo, ao mesmo tempo em que esmaga aqueles que ousaram tomar suas posições ou afetar seus comandantes de turno. Foi o que aconteceu com o vice-governador Daniel Pereira. Entrou no caminho do MDB e dos interesses do partido e a estrutura do governo. Não vão entregar a rapadura, exceto se Daniel fizer uma composição com os saqueadores conspiradores, o que não deverá ocorrer, por uma questão de sanidade. Por outro lado, a ministra Laurita Vaz, presidente do STJ, estaria preparando-se para dar continuidade ao processo contra o governador, acusado pela PF de ser o chefe de gigantesca quadrilha.

 

Qualquer semelhança com o quase-preso governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria (PSD), não é mera coincidência. Este é o padrão no país. Aqui no Tribunal de Contas, a situação do governador-trovador-conspirador é pior ainda. Ou conversa ou vai ter muitas dificuldades. Mesmo que eventualmente eleito, Confúcio deverá providenciar um apartamento com malas de dinheiro pra bancar os custos de advogados e aqueles trocados básicos para algum ministro sentar no processo. Afinal, um senador da república vale seu peso em ouro nas disputas jurídicas. No caso de Confúcio, pode ser nióbio. 

 

OS DESDOBROS

 

Esta semana poderá ser decisiva caso ocorra eventual encontro entre governador e vice, mais por vontade deste do que daquele, que prefere a lateralidade e a insidiosidade. No terreno pantanoso das probabilidades neste cenário de golpe ou conspiração, é pouco provável que a verdade venha à tona. De um lado, o notável comportamento republicado de Daniel Pereira, do outro a máscara da velha política da tergiversação e, característica de Confúcio Moura, as trucagens baratas na mídia, utilizando lambe-botas espalhados por sites, desejosos por dois segundos de fama em seus malabarismos para demonstrar que sabem de algo, quando não sabem de nada. Confundem fonte com chafariz.

 

Além disso, um pistoleiro das letras escreveu que faltou experiência a Daniel quando, na realidade, sobrou indecência aos outros. De uma forma ou de outra, com paninhos quentes, costuras palacianas ou um festival de versões plantadas bem ao gosto dos lambe-botas, os próceres continuarão em suas cadeiras. Não creio que os órgãos de controle, cuja obrigação institucional e legal seria (é?) apurar, investigar e aprofundar no DNA da conspiração que envolveu as maiores autoridades do estado, movam-se para identificar os conspiradores. Há enorme passividade da parte dos nossos xerifes, encastelados em gigantesca estrutura  que só faz dormitar sobre denúncias, mas regiamente pagos para cuidar do interesse público e da moralidade, se é que isto existe. Na realidade, parece existir uma relação incestuosa entre os poderes, o que impede que a verdade e a justiça prevaleçam. Toneladas de carne, barris de vinhos e litros de uísque são as únicas testemunhas, dentre outros petiscos do prazer. 

 

OS PRAZOS

 

Independente desses desdobramentos, prazos correm feito Usain Bolt. O primeiro deles, letal e mais importante, é sete de abril, que encerra a janela partidária. Ela não afeta em nada o republicano Daniel Pereira, mas atinge mortalmente o fígado do candidato a conspirador Confúcio Moura, cuidadoso em manter o interesse midiático sobre sua indecisão, que estimula mais conspiração, crises, brigas, traições. Se ficar ou não no MDB, terá de desincompatibilizar-se. Esse governador de pantufas não tem alternativa: ou sai candidato a alguma coisa ou corre severo risco de entrar na fila do Pandinha (e não fica sozinho não!). Essa conversinha de que fica até o final do governo, sobreviveria se ele tivesse feito votos de autoflagelação, o que descarto de pronto. Confúcio foi sargentão Papa Mike e não seminarista. Considerando os 70 anos que serão completados em maio, Confúcio não deve arriscar comer marmita de presídio nem dormir em cama de cimento, sobre colchão pulguento. Pelo menos no curto prazo. Se eleito for, apenas vai postergar o enorme potencial para a sua vez na fila da Papuda. Quanto aos deputados envolvidos na conspiração, aguarda-os o esgoto da corrida eleitoral. Por enquanto.

 

Dos dois personagens centrais da escuta clandestina, o deputado Jesuíno é aquele que está marcado para morrer. Nas urnas. Não se reelege nem para porteiro da ASSFAPOM, e leva junto aquela pessoa que com ele regurgita e conspira, e que pretendia sair deputada federal. Puro delírio. Esse pessoal não se enxerga não? Não. E isso é bom demais. E essa história não termina aqui. É apenas o começo. Outubro Negro, vem!

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