Política, políticos e pandemia - Por Aluízio Vidal

Por Aluízio Vidal

Política, políticos e pandemia - Por Aluízio Vidal

Foto: Divulgação

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Talvez a nossa geração nunca tenha se sentido tão fragilizada como nesse tempo da história, e, talvez, não tenhamos muita certeza sobre o que realmente deve ser feito nesse tempo, tanto que, só nesse parágrafo escrevo a palavra “talvez” pela terceira vez. Mas há um grupo entre nós que aparenta certa normalidade, como se assim estivéssemos: os políticos. 

 

 
Primeiro, porque a maioria deles desaparece. Penso que nas grandes crises os líderes precisam estar mais presentes, hoje em dia pelas mídias, mas presentes: perguntando, ouvindo, falando, cobrando, explicando. Cadê eles? 
 
 
Os senadores e deputados federais devem estar certos de que o governo federal só acerta na administração da situação pandêmica em que estamos. Tudo bem, se é isso que eles acham, mas então, que venham a público e mostrem que isso está acontecendo. 
 
 
Os da oposição, se é que ainda existem, parece que perderam a capacidade da denúncia e nada é dito.  O mesmo vale para deputados estaduais e vereadores quanto às suas respectivas responsabilidades. 
 
 
Segundo, porque eles aparecem em assuntos distantes à realidade, ainda que próximos à necessidade. Claro que entendemos a importância da eleição das mesas diretoras das Casas Legislativas e tudo que isso significa para o dia a dia, por exemplo, contudo, quando a energia é focada no que sempre foi e a realidade cotidiana do povo é renegada a outro plano que não o primeiro, a sensação é de que realmente isso não tem nenhuma importância para eles. 
 
 
Terceiro, porque as próximas eleições parece-lhes mais urgente do que o caos a que estamos submetidos. O prefeito da capital será candidato a governador? Por isso passará a visitar outros municípios com o nosso em tamanho sofrimento? O senador também será candidato? 
 
 
Por isso virá mais ao Estado, aparecerá mais na mídia e até participará dos eventos menores, principalmente da capital, já que todos “amam” tanto nossa capital? O presidente concordará ou não com algo dependendo se tem participação do governador “x” ou “y” e não se será bom para o povo? Enfim, as eleições ganharão prioridade de nossos políticos. 
 
 
A terra está em pandemia e a maioria dos nossos políticos parece ter ido para uma base espacial fora dela. Creio que é tempo das verdadeiras lideranças serem observadas. Estamos angustiados com nossos parentes e amigos morrendo, nossos profissionais de saúde sobrecarregados, nosso comércio sufocado e cobrado, nossas crianças castigadas com um sistema de ensino impraticável e precisamos, como a muito não precisávamos, que nossos representantes se aproximem do povo para ouvi-lo e vê-lo em sua agonia, retransmitam essa realidade, fiscalize e cobre as ações do Executivo e tragam notícias do que está sendo feito em nosso favor.
 
Aluizio Vidal, pastor presbiteriano e psicólogo clínico 
 
Direito ao esquecimento

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