A estação mais charmosa - e ponto final -, da Estrada de Ferro Madeira Mamoré está em ruínas. Quero aqui, no
Rondoniaovivo, deixar minha indignação com a falta de respeito com o que vem acontecendo com nosso patrimônio público.
Estação de Guajará em 2018 - José Calixto
Sempre que posso tiro um tempinho para ir em Guajará-Mirim (RO), cidade do meu coração onde tenho muito orgulho de ter nascido nela, e toda vez que visito a passeio e rever meus familiares, não deixo de visitar a estação mais charmosa da Madeira-Mamoré – bem... era assim o que eu costumeiramente falava, com muito orgulho, para todas as pessoas, pelo motivo maior de meu saudoso Pai, também José Calixto Filho - conhecido como “Maquinista Paraíba” -, dedicar parte da sua vida, durante 20 longos anos trabalhando na estação de Guajará.
José Calixto Filho, Guajará - década de 1950
De uns cinco anos pra cá, sinto uma tristeza seguida, de um sentimento de raiva, pelo descaso e abandono das autoridades em deixar virar sucata o nosso maior patrimônio histórico de Guajará-Mirim. Era motivo de orgulho mostrar e dar aula de história nesse patrimônio.
Estação de Guajará em 2025 - Reprodução
Alunos do primeiro ano fundamental, que saiam de Porto Velho, percorriam 330KM e atentamente assistiam as aulas aprendendo "in loco", onde a história aconteceu, ficavam encantados com toda narrativa. Hoje não se pode mais fazer isso. A estação está agonizando, a mercê, da sorte esperando o suspiro final.
Aula em Guajará - José Calixto, 2010
José Calixto Neto, com X, é turismólogo e apaixonado pela história de Rondônia, em especial a da Madeira-Mamoré, onde seu pai, soldado da borracha transformado em ferroviário, dedicou 35 anos à esta lendária ferrovia em seu primeiro e único emprego.