A Petrobras anunciou um reajuste de 3,9% do querosene de aviação (QAV), nesta terça-feira (6). Utilizado por aviões de grande porte, o preço impacta na passagem aérea, que, em maio, já sofriam uma inflação de 88,6% no acumulado dos últimos 12 meses, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O novo aumento do QAV segue uma alta de 70,6% de janeiro a 1º de julho, calcula a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) — em 2021, o combustível ficou 92% mais caro, em relação a 2020. A entidade não estima o quanto o valor das passagens aéreas pode subir com o novo aumento, mas ressalta que o QAV responde por mais de um quarto do preço dos bilhetes.
“É um insumo que corresponde a 42%, 45% do preço de cada bilhete aéreo comprado neste país. Nós precisamos urgentemente de um debate para decidir que sociedade, que desenvolvimento econômico e crescimento queremos e como temos que lidar com a precificação de combustíveis no país, porque essa situação está ficando absolutamente insustentável para um conjunto imenso de setores da economia”, pontua o presidente da Abear, Eduardo Sanovicz.
O valor do QAV é guiado pelo Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras, como a gasolina e o diesel, que tiveram aumentos recentes. A Petrobras justifica, em nota, que o aumento busca “equilíbrio” com o mercado internacional.
“Conforme prática que remonta os últimos 20 anos, os ajustes de preços de QAV são mensais e definidos por meio de fórmula contratual negociada com as distribuidoras. Os preços de venda do QAV da Petrobras para as companhias distribuidoras buscam equilíbrio com o mercado internacional e acompanham as variações do valor do produto e da taxa de câmbio, para cima e para baixo. Conforme resultado da aplicação da fórmula contratual, em primeiro de julho foi implementado reajuste médio de +3,9%”, diz.