Minorias barulhentas causam sensação de país dividido entre direita e esquerda
Foto: Divulgação/Instituto Libcom
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Uma ampla pesquisa realizada pelo think tank More in Common, em parceria com o Instituto Quaest, revela um retrato surpreendente da sociedade brasileira. O estudo, intitulado “Populismo e progressismo no Brasil polarizado”, ouviu 10 mil pessoas em todas as regiões do país e mostra que a polarização política, embora barulhenta, não representa a realidade da maioria dos brasileiros.
Segundo o levantamento, apenas 11% da população pertence aos dois grupos mais polarizados: os Progressistas Militantes, à esquerda, e os Patriotas Indignados, à direita. São minorias pequenas, mas com grande presença nas redes sociais e nos noticiários, o que cria a impressão de que o país está dividido entre dois campos irreconciliáveis.
A pesquisa aponta que 54% dos brasileiros compõem o grupo da chamada “maioria silenciosa” — cidadãos que não se identificam com os extremos, preferem o equilíbrio e se preocupam mais com questões práticas do dia a dia do que com disputas ideológicas.
Além desses, há ainda a Esquerda Tradicional (14%) e os Conservadores Tradicionais (21%), segmentos que também expressam posições mais moderadas, marcadas pelo respeito ao diálogo e à pluralidade de opiniões.
De acordo com os pesquisadores, o domínio dos extremos no debate público gera uma falsa sensação de que todos precisam escolher um lado, afastando a maioria dos brasileiros que desejam cooperação e soluções coletivas. Esse afastamento, segundo o estudo, empobrece a qualidade das decisões públicas e permite que grupos minoritários, porém ruidosos, ditem a agenda política nacional.
O relatório conclui que a verdadeira política democrática nasce do diálogo, e não do confronto. “As melhores soluções para os desafios do país emergem quando pessoas com perspectivas diferentes se escutam e buscam pontos de convergência”, afirma o documento.
A mensagem central da pesquisa é clara: a maioria silenciosa precisa retomar seu espaço na conversa pública — não para aumentar o volume das discussões, mas para elevar o nível do debate, com bom senso, empatia e foco em resultados concretos.
Em tempos de ruído e radicalização, o desafio é reconstruir pontes — onde muitos têm preferido erguer muros.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!