QUESTIONAMENTOS: Mezabarba - A resistência de servidores públicos e a injustiça da Operação Pau Oco

Vários fatos se sucederam com operações policiais no estado após verificação de irregularidades

QUESTIONAMENTOS: Mezabarba - A resistência de servidores públicos e a injustiça da Operação Pau Oco

Foto: Divulgação/Polícia Civil

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Em dezembro de 2019, a Operação Feldberg sacudiu Rondônia e marcou mais um episódio de uma saga tumultuada. O procurador do processo Merzabarba, Alexsandro Aparecido Zarelli foi preso. O caso Mezabarba é notório por ser um dos maiores casos de grilagem de terras em Unidades de Conservação na história de Rondônia.

 

Em fevereiro de 2019, o Painel Político publicou a primeira matéria denunciando essa fraude.

 

Em 2014, Osvaldo Pittaluga, Arquimedes Longo e dois técnicos da Sedam [Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental] foram os primeiros a detectar esta tentativa de grilagem de terras, deparando-se com diversos documentos incompletos, inexatos e potencialmente falsos, escreveram pareceres técnicos contra o processo.  Devido a esse esforço, a fraude temporariamente deixou de tramitar na Sedam.

 

 A consequência, entretanto, foi que em dezembro de 2016, Pittaluga foi exonerado de seu cargo de coordenador das Unidades de Conservação, justamente por se posicionar contra a tentativa de roubo de terras.

 

Foi então substituído por Denison Trindade, um policial militar, que literalmente desapareceu com o processo original e reiniciou tudo do zero, eliminando assim todos os pareceres contrários que Pittaluga e Longo haviam escrito.

 

O então coronel da Polícia Militar, Vilson Sales Machado, então secretário da Sedam, foi o responsável por nomear Denison Trindade para coordenador das Unidades de Conservação. Trindade deu parecer favorável ao processo e o coronel Vilson assinou o documento, sem parecer da Procuradoria do Estado, certificando o imóvel como apto a receber certidão, legalizando uma grilagem que valia dezenas de milhões de reais.

 

Em 2018, nomeados pelo governador Daniel Pereira, Hamilton Santiago e Pittaluga assumiram como secretários da Sedam. Santiago, depois de uma provocação de Pittaluga e um substancioso parecer da Procuradoria do Estado, cancelou o processo Mezabarba, mas isto trouxe uma grave represália: sua nomeação iniciara uma conspiração nos subterrâneos e nasce a Operação Pau Oco, com o objetivo de prejudicar Santiago e Pittaluga e o governador que os nomeou.

 

Santiago e Pittaluga pagaram um preço alto pela coragem de enfrentar os grileiros. Eles foram presos, acusados de crimes que não cometeram. A Operação Pau Oco foi mesmo uma manobra para acobertar o desvio milionário de terras públicas na gestão Sales Machado.

 

Aproveitando-se dessa turbulência, já no governo Marcos Rocha, as forças interessadas no esquema conseguem a volta de Denison Trindade ao posto de Coordenador das Unidades de Conservação da Sedam.

 

Paralelo a isto, durante a prisão de Pittaluga, o material que comprovava a grilagem foi levado para a Polícia Federal. As investigações resultaram nas prisões de 2019, incluindo a de Zarelli. Denison Trindade foi afastado de seu cargo na Sedam, e juntamente outras pessoas, são investigados na Operação Feldberg.

 

São as mesmas raízes que fizeram nascer a Operação Feldberg, que investigou o processo Mezabarba, e a Operação Pau Oco. São mais do que apenas operações policiais. A primeira é o retrato da luta de servidores públicos contra a corrupção e a grilagem de terras em Rondônia.

 

Já a Operação Pau Oco revelou-se uma manobra cruel, usada para perseguir aqueles que se opunham à grilagem e acobertar os verdadeiros criminosos.

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