EXCLUSIVO: 'Quem votar no Lula, não precisa nem pisar na loja', diz empresário a funcionários

Assédio eleitoral teria acontecido em Alta Floresta do Oeste e ele ainda falou que “se Bolsonaro ganhar, segunda não vamos trabalhar. Vamos fazer churrasco e festa”

Um vídeo que está circulando em vários grupos de WhatsApp e que o Rondoniaovivo teve acesso exclusivo, mostra uma suposta prática de assédio eleitoral cometida por um empresário, dono de uma loja de materiais de construção em Alta Floresta d’Oeste, interior do estado.

 

As imagens mostram o homem falando que “se o Bolsonaro ganhar, segunda-feira nós não vamos trabalhar. Vamos fazer churrasco e festa! E se tiver algum dentro da loja, da empresa, que votar no Lula, não precisa nem mais pisar na loja mais não. Vou pagar até o aviso para ele ficar na casa dele. Vou mandar embora, beleza?”.

 

Momento que dono de loja de materiais de construção diz que vai ter churrasco e festa, caso Bolsonaro ganhe - Foto: Reprodução de vídeo

 

Um relato formal com o arquivo anexado foi feito no canal de denúncia eleitoral do Ministério Público de Rondônia (MPRO), que já tem outros oito relatos de pressão feitas em locais de trabalho por patrões para que empregados votem nos candidatos de suas preferências.

 

Fatos

 

O MPRO, por meio do Núcleo de Apoio Eleitoral (Nuape), ainda detalhou alguns casos que já estão sob apuração do órgão:

 

1 - Em uma das denúncias, o patrão aparece em vídeo dizendo que daria um dia de folga, regado a churrasco e lazer para quem votasse em seu candidato. Para os que votassem no candidato da oposição, a resposta seria apenas uma: rua [demissão].

 

2 - Foi relatado que um comércio situado no interior do estado (a cidade não foi divulgada), que estaria obrigando funcionários à participarem de reuniões do candidato de preferência do empregador, além de exigir que o voto dos empregados fossem todos direcionados ao candidato à Presidência da República de sua preferência.

 

3 – Em Cacoal houve uma reunião com funcionárias e funcionários a votarem no candidato escolhido pelo patrão. Não foi detalhado se “obrigação” era direcionada ao Governo do Estado ou Federal;

 

4 – E o caso já relatado em Alta Floresta D'Oeste: proprietário de loja de materiais para construção diz que se o candidato X ganhar terá churrasco e festa e quem votar no outro candidato à Presidência Y não precisa ir trabalhar, porquê será mandado embora.

 

Outra parte da gravação, onde empresário de Alta Floresta diz que quem votar em Lula, não precisa pisar mais na loja - Reprodução de Vídeo

 

O coordenador eleitoral do MPRO, promotor de Justiça Glauco Maldonado Martins, alertou os chefes ou donos de empresas que insistem em manter essa prática de pressionar empregados a votarem nos políticos de sua preferência.

 

"A democracia liberal depende do respeito da máxima liberdade a cada indivíduo para seguir sua voz interior e sua verdade mais íntima e, sob esse argumento, há violação a princípios fundamentais da Constituição e caracteriza crime quando o empregador usa o contrato de trabalho para coagir ou corromper o trabalhador a votar ou deixar de votar em um candidato ou partido", destacou ele.

 

Mais denúncias

 

O Rondoniaovivo também entrou em contato com o Ministério Público do Trabalho (MPT), responsável por apurar denúncias envolvendo a relação patrão – funcionário, e lá também já chegaram diversos fatos envolvendo a pressão por voto em determinados políticos.

 

“O número de denúncias recebidas pelo MPT na região de atuação, Rondônia e Acre, nessas duas primeiras semanas que tiveram procedimentos para investigação instaurados são 12 até a última terça-feira (18), sendo que o maior número é em Porto Velho”, apontou a instituição.

 

O procurador-chefe substituto da Procuradoria Regional do Trabalho na 14ª Região (Rondônia e Acre), Jaime Fiomaro dos Santos Neto, afirmou que “as denúncias de assédio eleitoral que chegam ao conhecimento do MPT são investigadas, e após instaurados procedimentos, os investigados são notificados e as medidas cabíveis adotadas no decorrer das investigações”

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