Descompromisso arrebenta com qualquer projeto e irrita o cidadão, por Lúcio Albuquerque

Por Lúcio Albuquerque

Descompromisso arrebenta com qualquer projeto e irrita o cidadão, por Lúcio Albuquerque

Foto: Divulgação

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 Recentemente uma pessoa próxima ao prefeito Hildon Chaves comentou, num grupo ao qual eu estava presente, que, dentre os entraves para os projetos da prefeitura andar, um dos maiores seja o tipo de atendimento que servidores dão ao cidadão. Apesar deste artigo ter sido gerado a partir de um fato que testemunhei, tenho consciência de que o problema não acontece só na área municipal, mas esparrama por tudo que é forma de atendimento ao cidadão, seja na iniciativa privada ou pública.

Esta semana dois fatos, um deles com uma  familiar minha e o outro com pessoa que conheço muito bem, no primeiro caso numa loja muito conceituada, de grandes departamentos, e o segundo com a Semtran.

No caso da loja uma senhora foi comprar um objeto e depois de procurar com quatro vendedores só não desistiu porque um quinto veio atender, sem nem ter sido chamado.

Não é novidade para ninguém que a falta de compromisso de uma enorme parcela de funcionários, concursados ou não, isso somado à falta de segurança de chefes que acabam inibindo subalternos de dar informações, e, mais ainda, o desconhecimento efetivo de suas funções ou o que é um fator imenso: a falta de vontade em ajudar, até porque grande massa de funcionários públicos  esquece que o patrão é o cidadão.

Além disso em muitas repartições públicas existe aquela plaquinha lembrando que de acordo com uma lei qualquer “desacatar” servidor público é crime – em duas ocasiões assisti quando pessoas que apenas reclamavam o dever do funcionário de dar bom atendimento serem ameaçadas de enquadramento na tal lei.

Mas desconheço que em qualquer órgão público tenha uma plaquinha dizendo o o servidor não cumpridor de seus deveres também pode ser enquadrado por crime.

O causo desta semana com um usuário de transporte coletivo e vários funcionários da Semtran mostra o quanto é preciso mudar: a pessoa estava há mais de 40 minutos esperando passar ônibus de uma das três linhas que o atenderiam. Resolveu ligar para a Semtran e eu estava ao lado, ouvindo. Foi um típico caso de desrespeito ao cidadão, desde a primeira pessoa que atendeu, uma funcionária que desligou três vezes e só na quarta admitiu indicar alguém para explicar.

Aí começou aquilo que deixou claro o típico “Samba do Crioulo Doido”, do imortal Sérgio Porto, mas pode chamar também de Stanislau Ponte Preta. Veja só: a atendente depois de quatro tentativas acedeu em passar para quem poderia falar, atendeu o “seu” Rocha – daqui para a frente todos os nomes são os que ouvi e anotei e podem não ser verdadeiros.

Rocha alegou que há uma planilha, que o reclamante deveria ter paciência – a essa altura já estávamos com mais de 50 minutos e nada dos ônibus. Mas acabou dizendo que não tinha certeza e deu, depois de muita insistência, o nome de outro funcionário citado como “responsável” pela planilha das linhas de ônibus.

Agora foi a vez do Júnior ou Júlio, mas no final deu na mesma: péssima vontade de ajudar, esquivas constantes e até o nome do atual dirigente maior da Semtran ele não sabia – ou não quis dizer?. E o usuário, que apenas queria saber por qual motivo há 58 minutos no ponto da Sete com a Irmã Capelli os ônibus não passavam, ouviu que até o dia anterior o secretario seria alguém chamado Flávio, e que naquele momento era o Carlos, mas que o cidadão procurasse o chefe do Departamento, o Alexandre, só que o Júlio (ou Júnior) não sabia dizer se ainda era o dito cujo.

Nem que hora ele pode ser encontrado. 

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