Greve Geral - Por José Luiz Storer Jr.
Foto: Divulgação
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Meu pai costumava dizer que uma greve é uma questão política até ser decretada, e, a partir de então, é uma questão ética.
Greve causa danos graves dos dois lados, e só deve ser decretada em caso extremo, depois que todos os outros meios se esgotam. Num paralelo com a política externa, é quando se desiste da diplomacia e se parte para a guerra.
Se for o caso de greve, dá para ganhar? A categoria está unida? Quanto há no fundo de greve? Quanto tempo se aguenta viver sem receber? E o patrão, aguenta quanto? Qual o estoque? Dá para recorrer a outros meios, como importação ou mão de obra avulsa?
E há um caso particular, ético, antes da decretação: ela prejudica terceiros, como no caso de professores, motoristas de ônibus, policiais, médicos?.
Decretada a greve, o dilema é ético: ser solidário aos companheiros ou furar a greve? Existe alguma justificativa ética para se furar uma greve? (Gianfrancesco Guarnieri tratou do assunto de maneira magistral em “Eles não usam black-tie”, vale a pena ver).
O dilema ético existe se a greve for “para valer”. Greve para valer é aquela decidida democraticamente na assembleia de um sindicato representativo pelos membros de uma categoria mobilizada. E, acima de tudo, se não tiver risco para os grevistas: quando se perde uma greve para valer, não se recebe pelos dias parados e muitos vão para a rua.
No Brasil, as greves são decididas de maneira irresponsável por sindicatos sustentados não por seus membros, mas por impostos, que manipulam as categorias. No setor público, nem se fala: ninguém é punido, e o pior que pode haver é o grevista ganhar férias. E ninguém se preocupa com o dano para a população.
Não há motivo politico para aderir à greve de hoje, já que as reformas são necessárias e a flexibilização da CLT é positiva para os trabalhadores. Tampouco há motivo ético, já que a greve não é "para valer".
O único motivo para aderir é apoiar sindicalistas que não têm nenhum compromisso com as categorias que supostamente representam. E o Lula, claro!
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!