Compra-se mal, caro e muitas vezes gato por lebre.
Foto: Divulgação
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A burocracia do poder público não é uma exclusividade de Rondônia. Em todo o Brasil, é certeza que a máquina pública não funciona a contento, muito menos é gerenciada com competência. Vou relatar dois casos que exemplificam que tem situações que parecem surreais.
A primeira diz respeito ao pregão eletrônico 029/2017 da SUPEL tendo como interessado o FITHA/RO - Fundo de Infra Estrutura de Transportes e Habitação para atender necessidade da Coordenadoria de Ações Urbanísticas. O valor previsto é de mais de 5 milhões de reais.
Pois bem, acontece que os compradores colocam num mesmo pregão, desde picareta, facão até brita e cimento. O resultado é que empresas que trabalham segmentadas e não possuem toda a linha de produtos pedidos, acabam de fora. Por isso, vez ou outra, empresas de pasta e ou sem condições técnicas, ganham em detrimento a empresas que poderiam ofertar preço melhor.
Exemplo – Foi registrado preço para carrinho de mão no valor de R$ 222,95. Na praça, encontra-se na faixa de 100 a 150 reais.
A areia lavada ficou para o governo a R$ 61,67 o M3. Isso para se comprar 10.000 M3. Em qualquer deposito de material de construção, compra-se carrada de 18m3 por R$ 45 o metro.
Em grande escala, comerciantes consultados dizem que o preço pode chegar até a 40 reais. Um valor acima do mercado de quase 50%.
Na brita tipo 1, mais uma vez, prejuízo para o rondoniense. Em qualquer esquina, você pode comprar uma carrada de brita, pagando até 90 reais o metro cubico ( para caminhão com 18 m).
Para se comprar 10.000 metros como quer o governo, este preço poderia se chegar até a R$ 75,00. Mas a SUPEL comprou a R$ 118,73. Um aumento considerável. Fique claro que o problema advém da forma como é feita a compra, por pacotões. E não com má fé de servidores.
Mas é só no Governo? Não, no município o negócio está estranho na compra de asfalto. Herança da gestão de Mauro Nazif, o município vem comprando asfalto de Usina localizada em Ji-Paraná.
Em Porto Velho, existem pelo menos duas empresas com condições mais favoráveis para fornecer, já que de cara, tira-se frete da composição orçamentaria.
O pregão 03/2016 foi realizado em 23/06/2016 e finalizado com adesão a ata de registro de preço e contrato com o Consórcio Público Intermunicipal. Com valor e quantitativos guardados sete chaves. O asfalto que vem de JIPA fica mais barato do que o comprado aqui?
Um caso a ser estudado com lupa em busca de preço melhor para o contribuinte.
E desta forma, vamos caminhando rumo ao futuro. As mudanças gerenciais e otimização do serviço público devem ser prioridade dos gestores atuais. Compra-se mal, compra-se caro e muitas vezes também compram gato por lebre.
* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!