Durante seu programa diário na Rádio Parecis FM, o empresário, ex-vereador e ex-deputado estadual Everton Leoni, afirmou que não vê ilegalidade em um escritório de advocacia cobrar 50% de honorários para que ele – o ex-parlamentar- pudesse reaver parte de seu salário que foi retido pela Receita Federal. Everton afirmou que foi o Tribunal de Contas que apontou que a retenção não era necessárias. “Passei 18 anos para tentar reaver esse salário e se o advogado cobrasse até 90% de honorários eu pagaria, porque já não tinha mais esperanças”, afirmou ele, dizendo que também tem dinheiro a receber da Câmara Municipal. "Agora se o advogado dividiria esse dinheiro com alguém eu não sei, assinei e o documento está guardado".
Everton deu as declarações horas depois da Polícia Federal realizar operação em escritórios de advocacias de Porto Velho na busca de documentos que comprovem um outro esquema comandado pelo deputado estadual Valter Araújo. O parlamentar autorizou que a própria Assembléia devolvesse o dinheiro retido pela Receita Federal, quando deveria ser o próprio órgão que tivesse que realizar a reposição.
Segundo investigações da Polícia Federal, Valter Araújo oferecia a liberação dos recursos mediante o pagamento de 50% do valor devido. Ele ficaria com 40% e os advogados com outros 10%. Entre os beneficiados estão o secretário-geral da Assembléia, Kaká Mendonça, que teria recebido cerca de R$ 800 mil, e o ex-presidente Carlão de Oliveira. Os dois estão com bens bloqueados pela Justiça ainda por conta dos desdobramentos da Operação Dominó, daí a intervenção dos escritórios de advocacias, que receberam a bolada em espécie e distribuíram aos ex-parlamentares.