O jornalista Paulo Andreolli, do site rondoniaovivo.com.br foi o entrevistado desta quinta-feira (08), do programa A Voz do Povo, da rádio Cultura FM 107,9, apresentado pelo jornalista e advogado Arimar Souza de Sá e retransmitido pela rádio Antena FM 98,3, de Alvorada do Oeste.
Sobre o futuro da mídia impressa, Andreolli arrematou: “os jornais impressos estão decadentes. Tive acesso a uma pesquisa interna de um consórcio construtor da usina do Madeira, que somados, os quatro jornais impressos, atingem apenas 4% da população. Já os sites, chegam a mais de 12% da população, ou seja, três vezes mais. Não entendo como os valores de mídia oficial são maiores para os jornais do que para os sites, que atingem a uma parcela maior de leitores/internautas. Afinal, quem hoje está disposto a pagar pelos jornais, que publicam notícias de ontem?”, questionou.
Ele falou sobre o seu trabalho como jornalista e dos desafios da profissão. “O trabalho na imprensa eletrônica é um desafios como repórter e ao mesmo tempo fotografo, filmo, enfim. A melhor notícia ainda está por vir, está para ser investigada e publicada”, disse.
Andreolli declarou que tem uma “sorte” de estar sempre nos locais certos. “Em Extrema, quando eu estava lá e vi a chegada da PRF para desobstruir a BR-364. Também estava numa operação em Machadinho do Oeste, que foi com exclusividade. É preciso manter as fontes e dar o respaldo quando necessário”, contou. (Arquivo pessoal vídeos)
Se tem medo de morrer, durante o exercício de sua profissão ou ameaças, ele disse que não tem medo, mas procura tomar cuidado. “Tenho uma vida regrada e procuro não me envolver em polêmicas. Creio em Deus e estou sempre me protegendo”, acrescentou.
Sobre as desavenças com o prefeito da capital, Roberto Sobrinho, Paulo Andreolli rebate: “não sou crítico da prefeitura. Mas, faço um jornalismo comunitário e a comunidade reclama e cobra mais da prefeitura, na maioria das vezes coberta de razão. A gente torce que o próximo prefeito, seja de qual partido for, tenha uma relação aberta com a imprensa e a comunidade”.
Ele disse que “a situação com o prefeito foi em 2008, durante um evento chamado Dia do Desafio. Eu estava com um adesivo, dos petistas, que elogiava as obras do prefeito. Fui perguntar ao prefeito sobre a autoria do panfleto e ele partiu pra cima de mim, junto com seguranças e outros assessores. O Sobrinho tentou impedir o meu cinegrafista de filmar a operação. Eu fui agredido pelas costas, não sei por quem e isso gerou uma ação judicial”.
Paulo Andreolli relatou que a questão dos viadutos, sem dúvida é o tema mais recorrente, mais gritante da sociedade de Porto Velho, no momento. “Publiquei um relatório dos fatos que antecederam a obra. Na minha opinião, faltou planejamento e foi iniciada uma obra de forma eleitoreira. Foi estranho que a ata de licitação para a escolha da nova empresa, só foi publicada no dia seguinte, após o site Rondonoticias publicar que a Camter poderia ser novamente a vencedora do certame. A mesma Camter que havia abandonado as obras dos viadutos”, observou.
Andreolli comentou sobre o distanciamento do governador Confúcio Moura (PMDB) da imprensa. “Ele prefere o blog. Eu já tentei conversar com ele e não consegui. Enviei uma série de perguntas, específicas sobre a isenção do ICMS às usinas, mão não obtive respostas”, completou.