O tema pode parece enfadonho, mas não deixa de ser relevante até como forma de fustigar a sociedade e fazê-la despertar do processo de letargia no qual está mergulhada. Refiro-me às denúncias de corrupção e malversação do erário que pipocam pelos quatro cantos do país e, principalmente, no município de Porto Velho.
Somos ágeis no gatilho quando se trata de deitar o relho nas empresas de transportes coletivos. Berramos, a plenos pulmões, quando a água não chega às torneiras de nossas casas. Reclamamos da companhia telefônica, quando não conseguimos completar uma simples ligação, mas somos incapazes de sair às ruas para manifestar nossa indignação contra os saqueadores do dinheiro público, do meu, do seu, do nosso dinheiro, do dinheiro que sai dos nossos bolsos em forma de impostos, taxas e contribuições e vai diretamente para as polpudas contas bancárias de ladravazes contumazes.
Enquanto isso a corrupção corre solta pelo cada vez mais escasso pasto do serviço público, derrubando cercas e gerando novas crias. São quadrilhas, formadas, em sua maioria, por autoridades e funcionários públicos, destinadas a assaltarem, corromperem e praticarem as mais despudoradas bandalheiras, abraçadas na impunidade consentida.
São verdadeiramente canalhas. Nasceram como canalhas, vivem como canalhas e vão morrer como tal. Quando são apanhados pela polícia, não permanecem 24 horas sequer atrás das grandes. Logo, estão de volta ao conforto de suas mansões, patrocinando rega-bofes e desfilando em seus carrões, adquiridos com o dinheiro surrupiado do contribuinte. E aí de quem apontar-lhes o dedo, pois corre o risco de responder judicialmente ou pagar com a própria vida. Logo chegará o dia dessa gente pagar pelas patifarias que cometeram e ainda cometem contra a população.