O prefeito vetador - Por Valdemir Caldas

No final do ano passado, o vereador Cláudio da Padaria (PC do B), apresentou um projeto de lei, propondo a climatização de todas as escolas da rede municipal. Uma idéia simples, que nem precisava tanto sacrifício.

O prefeito vetador - Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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No final do ano passado, o vereador Cláudio da Padaria (PC do B), apresentou um projeto de lei, propondo a climatização de todas as escolas da rede municipal. Uma idéia simples, que nem precisava tanto sacrifício.
 
Depois de aprovado, pelo plenário da Câmara Municipal, a proposta foi enviada ao prefeito Roberto Sobrinho (PT) para sanção.
 
Aconselhado por áulicos, cuja inteligência não vai além do próprio umbigo, o prefeito simplesmente vetou, na íntegra, a iniciativa do vereador comunista.
 
Em sua justificativa, carregada de eufemismos e frases de efeito, o prefeito reclama que o projeto “não reúne as condições legais de procedibilidade, por evidente iniciativa de competência do chefe do Poder Executivo”. Ufa!
 
Na época de FHC, tivemos o Engavetador Geral da República, Geraldo Brindeiro.  Na administração petista, temos o prefeito Vetador de Porto Velho. O cidadão veta quase tudo que a Câmara Municipal aprova, exceto, é claro, a criação de cargos para acomodar apaniguados e cabos eleitorais no executivo.
 
Parece coisa patológica. Nem os aliados escapam da sanha vetadora do prefeito. Que o diga o vereador Ramiro Negreiros, que teve um projeto de sua autoria, nomeando uma praça, vetado. E as justificativas são as mais bizarras.
 
Sobrinho não perdoou nem seu líder e companheiro de partido José Wildes, na Câmara. Depois de passar pelo crivo do plenário,  o projeto de lei do petista, que transforma a parte do vale transporte do empregador em pecúnia, foi enviado ao prefeito, que o sancionou, mas, até agora, não o colocou em prática. Com a palavra, as entidades sindicais.
 
Enquanto a maioria das escolas estaduais, sediadas na capital, tem ar condicionado, as da rede municipal ainda funcionam à base de ventiladores velhos, caindo aos pedaços, colocando em risco a vida de alunos e professores.
 
Em vez de procurar oferecer um pouco mais de conforto às crianças da rede municipal, o prefeito preferiu seguir o desvario jurídico de assessores*, cujos filhos, certamente, estudam escolas particulares, com portões eletrônicos, câmeras de segurança e ar condicionados. Caso contrário, não teria ele vetado o projeto de Cláudio da Padaria.
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