O Ministério da Saúde acaba de premiar Porto Velho como a capital da dengue. Pelos cálculos do MS, somos o terceiro no ranking. E o que estão fazendo as autoridades municipais para conter o surto da doença? O prefeito Roberto Sobrinho está em Copenhague, Dinamarca, sabe-se lá fazendo o quê. E o Secretário Municipal de Saúde, Williams Pimentel, na ausência de medidas concretas e duradouras, dana-se a inventar desculpas farrapadas, que só convencem os néscios.
Enquanto isso, a quantidade de pessoas contaminadas pela doença, cresce, assustadoramente, na proporção de quatro para cada grupo de dez. Ao que se sabe, não é a falta de dinheiro que torna permanentes os problemas recorrentes, principalmente, no setor da saúde. Os números, divulgados no Portal da Transparência, falam por si sós. Não se tem notícia de que a saúde municipal tenha recebido tanto dinheiro quanto agora. Por isso, não adianta o petismo tentar escamotear a verdade, procurando chifre em cabeça de cabelo para justificar a incompetência dos seus.
Saliente-se que, ao lado desse grave problema, ajunta-se a possibilidade de outro, para complicar ainda mais a vida da população. O alerta foi dado na sessão de terça-feira, da tribuna da Câmara Municipal, pela vereadora Ellis Regina (PC do B). Se o prefeito Sobrinho não enviar àquela Casa o projeto de lei relativo ao plano de carreira, cargos e vencimentos do pessoal da saúde, antes do final do ano, a categoria promete paralisar suas atividades por tempo indeterminado.
Impõe-se, por isso mesmo, que o prefeito e o secretário encontrem os meios necessários para atender os servidores da saúde. A perda de profissionais (médicos, enfermeiros, anestesistas, dentre outros) para os quadros do Estado, motivada pelos baixos padrões salariais, é uma realidade da qual não se pode fugir. Isso não quer dizer, portanto, que o salário do pessoal da saúde estadual está uma maravilha. Pelo contrário, o município de Porto Velho é que está pagando muito mal.
Isso (e não menos) impedirá que a dengue faça mais vítimas. Enquanto predominar a visão parcial e prevalecer o interesse político sobre os da sociedade, a população continuará morrendo à míngua nos hospitais e nas policlínicas da rede pública. Se isso está acontecendo com os moradores da capital, o que dizer dos nossos irmãos que residem na calha do rio madeira e ao longo da BR-364, onde não há médicos, medicamentos, nem postos de saúde. E os que existem, são muquifos, como o do distrito de Jaci Paraná.