Li a matéria com o presidente do Diretório Regional do Partido dos Trabalhadores, em Rondônia, Tácito Pereira, postada no sábado (08), no site RONDONOTICIAS, em que ele afirma que o “prefeito Roberto Sobrinho (PT) está conseguindo modificar totalmente o visual da cidade, por isso as críticas que vem recebendo dos adversários são injustas”.
Há uma evidente contradição entre as palavras de Tácito e a realidade. Essa contradição, contudo, não é difícil de ser comprovada na prática. O cotidiano do munícipe portovelhense e as inúmeras situações com as quais ele se defronta, nas diferentes oportunidades, são rico manancial de exemplos. Só mesmo um rematado imbecil para não perceber o caos que domina o sistema viário da capital, com os acidentes e as mortes batendo todos os recordes. A situação é tão grave que o Ministério Público Estadual interveio, chamando às falas a secretária da pasta, Fernanda Moreira. Dirija-se, o cidadão, a qualquer policlínica ou posto de saúde da cidade. Quando se consegue uma ficha, não há médico. Quando há médico, não há medicamento.
Ao paciente, atribui-lhe a condição de pedinte, e não de contribuinte, que paga seus impostos, taxas e contribuições, os quais deveriam ser convertidos em obras e serviços de qualidade. Coloque-se Tácito na condição de usuário de transporte coletivo e tente pegar um desses calhambeques, que circulam pelas ruas de Porto Velho, para ir e voltar do trabalho, especialmente no horário de pico, após esperar mais de uma hora num ponto, debaixo de uma temperatura de 40 graus. A impressão que se tem é a de que o usuário não é mais que um estorvo para as empresas, cujo monopólio Sobrinho prometeu quebrar durante a campanha eleitoral.
E o que dizer do lixo e do matagal que tomam conta de ruas, impedindo o livre acesso de transeuntes e veículos. Some-se a isso a carência de iluminação pública, aliada de primeira ordem dos facínoras, que vêm deitando e rolando em cima da população. Dispenso-me de mencionar o grau de penúria por que passa a maioria dos servidores municipal (antes bandeira de luta do PT), vivendo na corda bamba sem ser malabarista. Ou será que Tácito considera bem pagos os que prestam serviços à máquina municipal?
Há outro aspecto, porém, que o petismo finge ignorar. Trata-se da precariedade dos serviços médico-hospitalares oferecidos pelo Ipam (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Municipais). Ao ensejo em que o governo Sobrinho investe milhões de reais em propaganda, para tentar passa a imagem de boa administração, o que se pode apurar é a certeza de que Tácito vive numa cidade encantada, cuja estrutura nem de longe se parece com a caótica Porto Velho.