A utopia do 3º mandato e as questões nacionais - Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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O modismo nacional, hoje, é a hipótese de um terceiro mandato para o presidente Lula. Uma proposta de emenda à Constituição (PEC), de autoria de um deputado petista, encontra-se em tramitação na Câmara. Nos intramuros, o petismo abomina a idéia, mas, à surdina, vem dando demonstração de que não quer largar o osso.

 

Enquanto isso, as reformas política, tributária e previdenciária, antes bandeiras de luta abraçadas pelo Partido dos Trabalhadores, vão sendo deixadas para trás. É. O poder é realmente fascinante. Difícil é cruzar a ponta de entrada. Depois, ninguém quer mais sair.

 

Particularmente, com relação à reforma tributária, logo que assumiu, Lula prometeu encaminhar ao Congresso um projeto cuidando do assunto. Houve até, nas hostes petistas, quem anunciasse que a proposta seria aprovada antes de findo o primeiro mandato do presidente.

 

A medida incluiria, dentre outras mudanças, a redução do número de taxas e impostos atualmente cobrados, além da transferência de alguns serviços para a iniciativa privada e a possível extinção de encargos agora considerados descartáveis.

 

Até o momento, porém, as alterações não saíram do papel. Permanecem hibernadas no campo das boas intenções. No passado, o petismo condenava a carga tributária e deplorava a baixa capacidade aquisitiva da maioria da população, mas não faz absolutamente nada para resolver essas e outras questões de interesse nacional.

 

Em vez disso, insiste na adoção e manutenção de uma política salarial que degrada cada dia mais a remuneração dos trabalhadores, principalmente daqueles que prestam serviços à máquina burocrática, nas mais diferentes esferas de poder.

 

Quem acreditou na promessa do petismo de que a quantidade de taxas e impostos seria reduzida, decepcionou-se. E repare que o governo Lula tem todas as condições para adotar medidas tributárias que simplifiquem a vida de todos os cidadãos, especialmente daqueles que se têm revelado desfavorecidos ao longo de nossa história. Mas, não! Prefere insistir na política do messianismo e da distribuição de prebendas.

 

O assalariado, coitado, que, mensalmente, recebe sua remuneração expropriada de parcela significativa, nada pode fazer, senão lamentar. O governo Lula tem a obrigação moral de corrigir as brutais distorções verificadas no nosso sistema tributário, fazendo contribuir mais que mais pode e, dessa forma, ampliar o mercado interno.

 

Esse negócio de terceiro mandato e casuísmo. O petismo precisa colocar elevados interesses nacionais acima de prerrogativas político-partidárias. Aí estão os problemas nas áreas da saúde, educação, segurança pública, habitação, agricultura e o alto índice de desemprego para serem resolvidos.

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