O Governo do Baixo Astral - Valdemir Caldas
Foto: Divulgação
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Há dez dias, Sobrinho esteve na Câmara Municipal. Acompanhado de um séqüito, foi pedir o apoio dos vereadores à aprovação de projetos do poder executivo, dentre eles o que aumentou o salário do funcionalismo em menos de um por cento.
Um parlamentar, que participou da reunião, afirmou que o prefeito era o retrato do desalento e da frustração. Os sinais de cansaço e desânimo eram visíveis. Nem parecia o Sobrinho do seu primeiro mandato, cuja fase foi marcada pela arrogância, prepotência e elevada dose de incompetência.
Mesmo recusando-se a admitir, ele sabe que, a cada dia, fica mais distante à concretização de seu projeto político, que é pleitear o governo do estado. Pelo andar da carruagem, talvez nem consiga concluir seu segundo mandato à frente da prefeitura de Porto Velho, graças às patacoadas de muitos que o cercam.
Aos problemas judiciais com os quais se debatem o prefeito, ajuntam-se os administrativos e os decorrentes da crise financeira pela qual passa o município, com a perda de receita. A marola do lulismo virou maremoto e sepultou o sonho do petismo local. Não é preciso ser especialista em coisa nenhuma para saber que o município está vivendo a síndrome da pré-falência.
Já não mais suporta nem sequer o ônus do pagamento da folha dos servidores, engordada de maneira irresponsável pela criação de cargos comissionados e funções de confiança inúteis, para acomodar apaniguados políticos e cabos eleitorais.
O corte nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios deixou a prefeitura de Porto Velho mais pobre. Aconselhado por assessores, o prefeito foi buscar no Fundo de Assistência Médica do Ipam o remédio para aliviar a pressão orçamentária. Nem é preciso falar das obras inacabadas, alvos de freqüentes e ácidas críticas por parte da população, nem das denúncias escabrosas envolvendo secretários.
Reconhecidamente, o governo Sobrinho não tem metas administrativas. Funciona à base de planos utópicos e meras fantasias sem proveito coletivo.
A marca da administração petista é o desperdício desmentido e irracional, calcada numa mentalidade paternalista, de fachada, que leva o governo a torrar o suado dinheiro do contribuinte em elefantes brancos, não ficando quase nada para as suas legítimas finalidades.
Está na hora de o prefeito repensar o papel de sua administração e os reflexos decorrentes dos recentes episódios no cotidiano da população, visando à efetivação do bem-estar coletivo e à satisfação social. A decisão do TRE-RO foi um recado duro e claro de que as coisas mudaram. Só o petismo insiste em não aceitar a realidade factual.
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