ELEIÇÕES - Impressões do debate na Rede TV - Por Paulo Andreoli

Da Redação

24 de Setembro de 2008 às 10:08

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ELEIÇÕES - Impressões do debate na Rede TV - Por Paulo Andreoli

Foto: Divulgação

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Na noite de ontem ( terça), convidado pela Rede TV, fui assistir ao debate entre prefeituráveis na sede da emissora na via Calama. Logo na chegada, percebi que o clima era de festa. Na esquina, partidários do médico Alexandre Brito agitavam bandeiras e faziam firula. Em frente ao portão da emissora, um número maior de partidários do atual prefeito Roberto Sobrinho faziam outra algazarra.

E dá-lhe fogos de artifício da petezada. Até que uma bomba estourou próximo ao solo e feriu um alegre correligionário. Correria e gritos. Sem falar que a claque petista conseguiu que boa parte dos alunos da escola 21 de Abril subissem nos muros para ver o que estava acontecendo. Ponto negativo para o PT. Conseguiram parar a aula do colégio.

Logo após as explicações das regras pelo jornalista Domingues Junior ( Domingos para os candidatos Garçom, Davi e Adilson), eis que começa o debate televisivo. No primeiro bloco, cada um dos sete candidatos disseram por que ser prefeito de Porto Velho e fizeram um breve currículo de sua história de vida. Depois responderam perguntas feitas pelo povo na rua e na seqüência, trocaram indagações entre si.

O professor Adilson Siqueira ( Psol) disse que não possui processos, nem ele, nem seus candidatos a vereador. Mostrou as duas palmas das mãos, alegando ter as mãos limpas. Não duvido. O cara é professor, anda num carro popular e apesar de já ter participado de várias eleições, não dá mostras de riqueza aparente. ( bem diferente de alguns ladrões do erário).

Percebi que o médico e deputado federal Mauro Nazif melhorou sua dicção, já que em outras eleições parecia estar com um ovo na boca enquanto falava. Nazif propôs o diálogo entre o prefeito, governador e presidente como forma de alavancar o progresso real do município. Nazif lembrou de sua história de luta em favor dos funcionários públicos e desancou os números do Ibope. Garantiu que se eleito, metade dos cargos comissionados serão ocupados por funcionários do município. Ao final deu uma espetada em Sobrinho, afirmando que mesmo após 20 anos de vida pública e atualmente exercendo o cargo de deputado federal, não anda com segurança armado. Foi bem no debate.

Davi Chiquilito ( PCdoB) apesar da juventude, mostrou relativa segurança nas afirmações. Lembrou do sangue que corre nas suas veias, fazendo a alusão ao finado pai, Chiquilito. Fez menção ao projeto de inclusão digital e prometeu construir novas escolas padrão. Não conseguiu emplacar nenhuma frase de efeito. Está construindo uma base para as eleições de 2010 e na minha opinião teve uma participação mediana no debate.

O deputado federal Lindomar Garçon (PV) estava nervoso, trêmulo. Logo na abertura, quando a câmera focou seu rosto, uma coisa chamou a atenção. O verde estava com os olhos “doidos”, não conseguindo focar nada. Parecia um vagalume “tem-tem”. Numa das refregas políticas da noite, Garçom foi fatiado pelo prefeito e servido numa bandeja. Na edição de imagens da TV ( manipulação???), enquanto Sobrinho admoestava Garçon, foi aberta uma janela na tela, onde pode-se ver que Garçon estava com o rabo entre as pernas. No intervalo, logo após o embate oral com o atual prefeito, cumprimentei Garçon que vinha em minha direção. Na hora me lembrei da propaganda da Sol. O cara estava com a mão "geladaaaa". Garçon disse que foi eleito pelo Sebrae nacional e pela fundação Mário Covas como melhor prefeito da região norte, quando administrava Candeias do Jamari. . Sem retórica, sem embasamento teórico,o pupilo do Cassol foi com certeza o pior entre os debatedores.

Hamilton Casara (PSDB), clone de Evo Morales fez uma boa participação. Mostrou firmeza nos questionamentos e segurança nas respostas. Cutucou Sobrinho com a questão da Vieira Caúla e da UNI Engenharia. Também tentou levar a discussão para um campo que domina bem, o meio ambiente. Poderia ter sido melhor quando tentou enfiar um sapo goela abaixo de Sobrinho, questionando sobre as verbas para educação ambiental. O batráquio difícil de digerir na questão ambiental municipal é a interdição do parque ecológico pelo Ibama, onde animais enjaulados estão morrendo por maus tratos. No próximo debate, o "Caritiana" podia aproveitar o ensejo e mandar esta pérola.

O médico Alexandre Brito largou de vez o tom choroso, meloso, que chegava a ser irritante. Mostrou ironia e cutucou a onça com vara curta, quando tirou da manga um Diário Oficial do Município com a autorização de concessão de diárias para a esposa do prefeito fazer um intercâmbio na Itália pela bagatela de mais de 8.000 dólares. Sobrinho levantou o tom de voz, disse que sua esposa tinha marido para defendê-la. Disse também que Brito devia tomar as medidas cabíveis e não fazer espetáculo na TV com a acusação. Aparentemente Brito não se intimidou com o rompante de hombridade do prefeito. Continuou cutucando até o final. A história já está sendo investigada e deve ser objeto de matéria. Até porque existe uma máxima no jornalismo que diz que se a mulher de um político tem um amante, isto não é notícia. Porém, se a mesma em conluio com outros resolve, meter a mão no erário, aí é pauta. Pelo sim, pelo não, vamos apurar a segunda hipótese.

Para finalizar, o atual prefeito Roberto Sobrinho (PT). Nas apresentações o pacífico político começou com uma fala mansa. No decorrer, aumentou a velocidade, chegando quase a ficar ofegante. Não houve surpresas na sua participação. Tudo decorado a exaustão. Achei bem interessante sua defesa da esposa, mas não convenceu sobre a legalidade da viagem a Itália com a mesma na assessoria. Escapou de receber petardos inquisitórios, graças a fraca pesquisa dos pontos fracos do atual prefeito. Continua surfando na pororoca vermelha.

Ao final, o mais importante foi a participação de todos os candidatos na discussão sobre o futuro da cidade. Que venha o debate da Record.

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