Política e Murupi - Por Leo Ladeia

Da Redação

27 de Agosto de 2008 às 11:42

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Foto: Divulgação

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Frase do Dia

"Uma legislação permissiva faculta, mas não obriga”. – Maria José Fontelas Rosado Nunes, doutora, católica, defendendo que a mulher decida sobre manter ou não a gravidez de anencéfalo.

01-Leite cooperado. Que tal?

Rondônia tem excepcional produção de leite, apesar do gado leiteiro ser quase nada na pecuária do estado. Vivendo mais uma crise, o produtor vê chegar à imprensa a discussão sobre cartel, uma realidade com a qual convive todos os dias independente desta crise. Jogar a culpa no governo seria fácil, mas o programa, – Pro leite – é referência de política pública bem elaborada, inclusive com palestras e informações para fortalecer e incentivar os sistemas cooperados. O financiamento existe, seja melhoria genética, aumento do plantel e custeio. Unir produtores em cooperativas, para domínio de todas as etapas de produção seria ideal. Mas o diabo é que as cooperativas brasileiras se tornaram peculiares. São dominadas por uns poucos que atuam como cartel. Aí fica difícil.

02-Trambiquecagem oficial:

A Junta Comercial de Rondônia foi acusada de negligência por Carlos Alberto Santana de Barros, por ter permitido a abertura de duas empresas, com documentos falsos, em seu nome sem que ele soubesse das irregularidades. Carlos Alberto pediu o cancelamento fraudulento em seu nome, bem como ressarcimento por danos morais. Carlos Alberto teve sorte. Intimado a comparecer à Receita Federal, foi surpreendido com um débito com a Fazenda Nacional como sócio de duas empresas. SB Difusora Didática Educacional e C.F Varejista Ltda. E aí? Chamamos mesmo de que?Junta ou Conexão Comercial? Pelo jeito é junta. Então junta tudo, investiguem todos, muda todo mundo e para a parte podre, lixo. Que coisa... Um laranjal bem dentro da Junta (é junta mesmo?) Comercial.

03-Hermético:

Leitor assíduo do Banzeiros, deparei-me com essa do Zé: “Do rilisi do TRE, sobre o julgamento do vereador José Hermínio Coelho: "(...) As penas já foram adimplidas pelo recorrente. (...)" O pior é que o texto é reproduzido sem tradução. Atualizando: O Gúgou levou 11 segundos para responder minha consulta e colocou um monte de texto em jurisdiquês e fiquei na mesma. Tenho mais o que fazer.” O Zé, jornalista dos bons e homem das letras está certo. “Adimplidas” é um pé no saco para quem escreve e pior para quem lê. Mais uma volta e lá vem o ministro presidente do TSE “chutando o pau da barraca” por menos “jurisdiquês”. A propósito, adimplidas é o mesmo que cumpridas. Por ironia, essa história tem a ver com Hermínio, que vive às turras com a “última flor do Lácio”.

04-Jogo pesado:

Ação, reação, confusão, convocação, reunião, pressão e solução. Ainda não oficial, mas chegou ao fim o “forfait” das usinas de Jirau e Santo Antonio. Amanhã num almoço uma apresentação do que vai acontecer na usina de Jirau. A briga é boa, mas parece que a máxima jurídica continua válida. “É melhor um mau acordo que uma boa demanda”. Vale também outra bem popular: “manda quem pode e obedece quem tem juízo” e que justifica a pressão que saiu do Planalto. E já que estamos no meio de ditos populares, vai mais um: “mais vale um pássaro na mão que dois voando”. Sairão as duas usinas no prazo que o governo quer e que o Brasil precisa. É que o apagão está logo ali.

05-Drible da vaca no nepotismo:

O prefeito Cesar Maia do Rio inventou uma nova patifaria. Criou uma secretaria para manter a irmã Ana Maria na Prefeitura e estuda fazer o mesmo com Carlos André, sobrinho e subsecretário de Assuntos Administrativos. A medida é uma forma de driblar a súmula editada pelo STF que proíbe o nepotismo, mas que admite como exceção os cargos de ministro e secretários. Em dois decretos de hoje, Ana sai da Subsecretaria de Eventos, do seu gabinete, e vai para a Secretaria de Eventos. Patifaria é como coceira. É só começar. Lá no Paraná Roberto Requião, promoveu a mulher e o irmão, segundo ele, por “excelente desempenho” como secretários especiais. E se conheço “a tchurma”, o que vai pintar de secretária nova, não tá no gibi e os chefes com um mesmo sobrenome. Outra solução é colocar por exemplo, o titular na reserva e escalar a vacada como titular. Bem assim. Joga de um lado e pega do outro. Como no velho e manjado drible da vaca.

06-Uma guerra para consertar uma idiotice:

Índios favoráveis à demarcação contínua da Raposa/ Serra do Sol ameaçam invadir fazendas de arrozeiros na região e p clima azeda duma vez em Roraima. Mas não somente lá. O clima de guerra chegou a Brasilia. O STF julga a partir de hoje ação que contesta a demarcação da reserva e pintados para guerra índios se misturam a ongueiros “Vai morrer índio ou vai morrer branco, mas vamos lutar”, disse o índio macuxi Pedro Brasil. Criada por um decreto de Lula em 2005, a reserva conseguiu por unanimidade desagradar a União, o Estado de Roraima, índios, ONG e arrozeiros. O julgamento que começa hoje pode ser um divisor de águas na política desastrada, confusa e burra, adotada pelo Brasil para criação e manutenção de áreas de reservas legais, flonas e indígenas.

07-Quanto custa uma ideologia?

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça pretende reavaliar os valores de cerca de 5 mil benefícios concedidos a servidores anistiados que haviam perdido os empregos durante a ditadura militar. A idéia é adequar as pensões aos critérios estipulados pela lei 10.559, de 2002 – que determina os cálculos com base na média dos vencimentos pagos à categoria trabalhista do anistiado, em vez de usar os valores pagos no topo da carreira. Serão revistas, inclusive, as pensões obtidas pelo presidente Lula e pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. Considerando que os advogados que atuaram nas causas receberam seus honorários pelo valor da sentença, que tal a revisão se estender também a esse ponto? Seria moral e politicamente correto.

08-A fome do estado gordo e inoperante:

A oposição protestou ontem contra a proposta do Executivo de criar quase 86 mil cargos este ano. O projeto, enviado ao Congresso na semana passada, aumenta em seis vezes a previsão feita pelo governo no Orçamento. O número é 35% maior que o total criado em cinco anos. A Comissão Mista de Orçamento está analisando as planilhas do governo, mas ainda não há uma data para votação e o PSDB já adiantou que vai votar contra a criação de novas vagas, porque o aumento constante de despesas acabará comprometendo as finanças públicas. É bom lembrar que a base do governo tem condições de aprovar o projeto na Câmara. Já no Senado a coisa é um pouco mais complicada e envolve uma negociação na base da redução/redistribuição. Reduz-se o número total e premia-se a oposição com alguns cargos federais. Contra o verbo, a verba. É a lei na desmoralizada casa.

09-O rolo do senador Efraim Morais:

O senador Efraim Morais abriu o bico e...mentiu. Aos jornalistas disse que seu nome não é citado nas investigações sobre a Operação Mão-de-Obra. “O que eu posso adiantar e repito com todas as letras: no processo que envolve MP, Justiça Federal e a PF, o nome do senador Efraim Morais não é citado, conseqüentemente não tem nenhum inquérito”, diz. Mas três relatórios da PF desmentem Efraim e constam do inquérito da PF, na ação por improbidade do MP. Agentes da PF constataram que o lobista usava uma sala com mesa e computador no Senado, sem que fosse servidor, tendo até as chaves de uma sala do gabinete do Efraim Morais. Alguns senadores já viram o tamanho do rolo e todos têm na memória o desgaste de um caso recente, protagonizado pelo senador Renan.

10-Oxigênio para o gás:

Volta a conversa do gasoduto a um ponto onde já esteve. É que com a política não definida sobre o petróleo do pré-sal, a Petrobrás se debruçou em planos, cálculos e estudos para poder participar do bolo. Com tanto óleo a ser retirado, a Petrobrás já descobriu que não tem um parque de refino para suportar tal vazão. O estoque de petróleo da Amazônia é um nada em relação ao do pré-sal. O que vai acontecer na Amazônia de forma geral e em termos de petróleo em particular está, intimamente ligada ao mar. Mais que torcer, é preciso uma força política trabalhando unida. Para completar, conversei com o Senador Valdir Raupp que tem suas preocupações sobre o assunto, mas que promete continuar na luta. Gasoduto já!

260808

leoladeia@hotmail.com

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