Política em Três Tempos - por Paulo Queiroz

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Foto: Divulgação

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1 – TOCHA MUNICIPAL Antes de passar por Rondônia, nesta segunda-feira (25), a chama dos jogos Pan-Americanos foi recepcionada no Acre, onde o governador Binho Marques - a quem coube o papel de anfitrião da tocha naquele Estado -, a homenageou ainda no aeroporto da capital, tendo sido o último a recebê-la ao final da festa do revezamento, com pompa e circunstância, em solenidade no Palácio Rio Branco. Ao chegar em Cuiabá, depois que saiu de Porto Velho, a chama dos jogos foi recebida no Aeroporto Marechal Rondon pelo governador Blairo Maggi (PR), que igualmente na condição de anfitrião do símbolo máximo do Pan em seu Estado foi o último a recebê-la ao final do percurso do revezamento no Palácio Paiaguás. Foi assim em todos os Estados por onde a chama dos jogos passou. Vai ser assim até a tocha chegar ao estádio do Maracanã, neste 13 de julho, quando se acenderá a Pira dando por abertos os Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro. Entre as 51 cidades que percorrerá, nas capitais, caberá sempre ao governador do pedaço a condição de anfitrião da chama simbólica do Pan do Brasil, acolhendo-a na chegada e, em nome do povo do Estado, despedindo-se dela na saída. Só não foi assim - só e somente só - em Rondônia. Aqui o papel de anfitrião da chama Pan-Americana foi desempenhado pelo prefeito Roberto Sobrinho (PT), de Porto Velho, que cumpriu solitariamente a liturgia reservada aos governadores nos demais Estados. O responsável por este desengonço atende pelo nome de Emerson Castro e vem a ser o titular da Secretaria Municipal de Esportes de Porto Velho. Não exatamente pelos motivos que o leitor informado pode estar conjeturando. Mas se o considerado estiver no rumo certo, dir-se-á que passou raspando. De qualquer modo, seguramente, agora não foi por pirraça. Da outra vez, também não – ao menos a se acreditar na versão do próprio Emerson Castro. Mas que diabo de outra ocasião é essa que a coluna está a insinuar?, indagará o leitor coberto de razão. Calma, considerado. Como diria Chico Picadinho, vamos por partes. 2 – EPISÓDIO CALAMA Ao ser observada a ausência do governador Ivo Cassol (PPS) na condução das solenidades preparadas para receber e homenagear a chama do Pan em Rondônia, não faltou quem associasse a anomalia ao episódio de Calama. O incidente deu o que falar, leitor. Sucedeu que, em tendo que presidir a abertura do XVII Campeonato Interdistrital de Futebol, cerimônia ocorrida a 16 de maio passado, no Distrito de Calama, o secretário Emerson Castro foi surpreendido pelo pouso de um helicóptero, em terreno adjacente ao gramado em que estava para ser iniciada a solenidade e onde iria ocorrer a primeira etapa do torneio. Da aeronave, encabeçada pelo governador Ivo Cassol, desembarcou uma comitiva integrada, entre outros, pelos deputados estaduais Luiz Cláudio (PTN), Alexandre Brito (PSDC) e Valter Araújo (PTB), além do deputado federal Lindomar Garçom (PV). Embora não constasse da programação (o evento era administrativamente municipal), o secretário Emerson Castro facultou a palavra a Cassol, que passou a se desculpar com a platéia, pois pretendia presentear a comunidade com umas bolas, mas a burocracia o impedira. “Sabe como é, essa história de licitação, do Ministério Público...” Enfim, não dera para trazer as bolas. Como a organização do torneio não contava mesmo com as bolas peregrinas, foi dada a ordem para que se procedesse o pontapé inicial com bola nativa, previsto originalmente para ser executado pelo prefeito Roberto Sobrinho (PT), que ficara na capital e se fizera representar, naturalmente, pelo secretário. Entusiasmado, o responsável pelo cerimonial anunciou Cassol para, junto com Emerson, dar o tal pontapé protocolar e inaugural. Emerson jura que não ouviu o locutor. Diz-se que foi o único em toda circunscrição do Distrito. O fato é que o governador estava meio caminho andado quando teve que voltar em cima do rastro: a bola se fez rolar por obra e graça de um bico aplicado resolutamente por Emerson Castro. O mais constrangedor, no entanto, leitor, ainda estava por vir. 3 – SEM ILUMINAÇÃO Estava anoitecendo quando a derradeira disputa da primeira etapa do torneio terminou e Castro recebeu de um emissário governamental a mensagem segundo a qual o governador desejava jogar uma partida junto com os deputados. Todos, aliás, haviam viajado adrede preparados para a tertúlia esportiva. “Estejam à vontade”, teria respondido. “Mas como fazer para acender a iluminação?”, quis saber o emissário. “Aí são outros quinhentos. A iluminação não vai dar”. Leitor, o tempo fechou. Bate boca daqui, replica dali, reclama dacolá, o secretário não arredou o pé. “A iluminação não pode porque ainda não foi inaugurada pelo prefeito”. E ponto final. Tradicionalmente, o revezamento da tocha do Pan sempre ficou circunscrito à cidade sede dos Jogos. Foi assim em Santo Domingo (República Dominicana) em 2003, em Winnipeg (Canadá) em 1999 e em todas as edições anteriores. Em dezembro passado, no entanto, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) não sabia o que fazer com uma meia dúzia de ofícios subscritos por igual número de impertinentes secretários de esportes sugerindo a expansão do revezamento e puxando cada um a brasa para a sua sardinha. Entre os impertinentes estava Emerson Castro. Detalhe: era o único com status municipal. Quando o COB decidiu acatar a idéia e ampliar o seu alcance, foram chamados para os acertos os secretários de Estado de Esportes de todas as unidades federadas, excetuando-se Rondônia, daí em diante representada por Emerson Castro. De modo algum alguém poderá intuir daí que o titular da Secretaria de Estado do Esporte, Cultura e Lazer (Secel), Jucélis Freitas, é um incompetente. Pelo contrário. Calhou, no entanto, de estar integrando a administração Cassol, onde ai do secretário que ousar tomar uma iniciativa. Seja como for, o pessoal da Secretaria Municipal de Esportes (Semes) e do Cerimonial do Palácio Tancredo Neves garantem que não deixaram o governador Ivo Cassol fora da programação do fogo do Pan em Porto Velho. Ele é que, possivelmente ressabiado, teria preferido viajar para o interior. Foi!
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