Artigo- Pântano sanitário-Por Valdemir Caldas

Da Redação

09 de Abril de 2008 às 10:18

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Artigo- Pântano sanitário-Por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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O desespero que tomou conta das autoridades de saúde de Porto Velho, em decorrência do surto de dengue, que se espalha pelos quatro cantos da cidade, apenas demonstra a inaptidão de certos dirigentes, diante do perigo iminente. Não se diga, porém, que a situação se restrinja apenas ao município, sabido que a doença continua a vitimar pessoas em outros locais. No caso da capital, lamentavelmente, as ações desencadeadas pelos setores competentes, sob a coordenação da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUSA), parecem caminhar a passos de jabuti. Já não bastasse a ameaça a que está sujeita a população, como conseqüência do recrudescimento da malária, não por dificuldades financeiras impostas por quem quer que seja, mas pela completa ausência de gerenciamento, o agravamento nas condições sanitárias de extensas áreas recém-habitadas e na carência de saneamento básico, tem no problema mais um fator complicador. A rigor, praticamente nada tem sido feito para enfrentar, adequadamente, quaisquer novas doenças. As próprias condições em que se vem operando a rede pública de saúde não autorizam se alimentar ilusões. De igual modo, são freqüentes as reclamações contra a falta dos mais elementares materiais nos postos de saúde e nas policlínicas municipais. Acresça-se a isso os péssimos salários pagos aos profissionais do setor. Dizer-se que faltam recursos à realização das ações precípuas de saúde, como o serviço de borrifação (fumacê), por exemplo, é tentar tapar o sol com uma peneira. A desculpa esfarrapada de que não há servidores suficientes para atender a demanda, é vedetismo irresponsável. Se a população da capital padece com o drama da incompetência administrativa, que corrói as combalidas bases da saúde municipal, o que dizer das famílias que residem nos distritos, onde o médico só aparece três vezes por semana. E quando aparece! Há informações de que, no ano passado, a SEMUSA teria realizado concurso público para preenchimento de duas vagas, no distrito de Jaci Paraná. Até hoje, porém, os aprovados não teriam sido contratados, mas há fortes indícios de que pessoas alheias ao quadro estariam ocupando essas vagas, trabalhando trinta horas na capital e trinta no interior. Situação análoga estaria ocorrendo em outras localidades. Com a palavra, o Ministério Público! Vê-se, pois, que a situação é realmente intranqüilizadora. Mais, ainda, quando se observa que, com os necessários investimentos em saúde, concorrem outros, nem sempre prioritários, mas, repetidamente, mais bem aquinhoados, além, é claro, das trapalhadas administrativas. No fundo, o que mais entristece e deixa qualquer cidadão indignado é saber que mesmo as melhores intenções das autoridades diretamente responsáveis, não podem determinar o mínimo grau de esperança e segurança nas pessoas. Tantas e absurdas têm sido as patacoadas, cometidas nessa (e noutras) área da administração municipal, que nem o mais crédulo dos petistas acredita que um dia conseguiremos sair do pântano sanitário no qual a inércia nos mergulhou. Enquanto secretarias como SEMUR, SEMPLA E SEMFAZ, colhem os frutos benfazejos de um labor profícuo, SEMUSA, SEMTRAN, SEMED e outras, continuam descendo o abismo. É só reparar nos novos titulares.

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