O preço da desonra - por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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A credibilidade da classe política rondoniense, com as devidas exceções, que já se arrastava pelas barrancas da sarjeta, mergulhou, definitivamente, no chiqueiro, depois dos recentes episódios envolvendo deputados estaduais. Esperava-se que, depois da divulgação das imagens mostrando parlamentares cobrando propina do governador Ivo Cassol em troca de apoio político e, posteriormente, da descoberta, pela Polícia Federal, de uma folha de pagamento paralela, que beneficiava mais de vinte deputados, por meio de servidores fantasmas, houvesse uma mudança de mentalidade naquela Casa. Ledo engano. Hoje, para a maioria esmagadora da população, a credibilidade de muitos que ali que têm assento não vale uma dose de cachaça numa dessas biroscas de quinta categoria. A cada dia, a frase do “é dando que se recebe” vem sendo deturpada, cinicamente, por profanos, traidores da consciência social, que sequer deveriam pronunciar algo deificado, maculando um credo de vida, praticando marmeladas, que, certamente, não foram pensadas e abraçadas pelo Santo de Assis. Com suas mentes tacanhas, minúsculas, carcomidas pela podridão de acordos espúrios, os vendilhões do povo mostram que não têm nobreza suficiente e, portanto, precisam ser varridos dos quadros políticos, o mais rápido possível, para dar lugar, assim, aos mais capacitados e verdadeiramente vocacionados para o mister público. A população não pode deixar-se impressionar por discurso melífluo, nem pelo teatralismo barato, proferido e encenado por políticos furta-cores, porque isso em nada contribui para solucionar os graves e complicados problemas que temos nas áreas da educação, saúde e segurança pública, dentre outros setores. Um legítimo representante do povo precisa possuir refinadas qualidades morais, intelectuais e idealistas – atributos, aliás, com os quais a maioria dos nossos políticos não tem a menor afinidade. A sociedade precisar aprender a repelir essa gente, nas urnas, com o voto seletivo e consciente, afastando dos quadros os falsos messias e as ratazanas gulosas, que constroem fortunas com dinheiros públicos, ainda que à custa da miséria e do sofrimento alheio. São, verdadeiramente, hipócritas. Durante a campanha eleitoral, prometem aos incautos o reino encantado da fantasia. Depois, esquecem tudo o que prometeram nos palanques e nos programas de rádio e televisão e passam, na maior cara-de-pau, a cuidar de seus privilégios. Somente os que não conhecem (por cegueira ou estupidez) a trajetória de certas figuras carimbadas da política rondoniense, podem deixar-se embair pelo canto de sereia. Basta que lhes mensure o patrimônio, amealhado de maneira nada convencional, para que se reconheça e proclame que tudo quanto eles têm é fruto, não de seu denodo, de sua honradez de agir e da sua capacidade empresarial, mas sim, pela facilidade com que se têm movimentado nos porões oficiais.
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