*A senadora Fátima Cleide (PT-RO) comentou, nesta quinta-feira (16), reportagem do jornal O Estado de S. Paulo sobre o governador de Rondônia, Ivo Cassol, publicada no último dia 12. De acordo com a matéria, a Polícia Federal teria um vídeo em que o governador aparece incentivando o garimpo ilegal de diamantes. Em outro trecho, caciques cintas-largas alertam Cassol de que poderia haver mortes em conflitos com garimpeiros. As imagens teriam sido gravadas sete meses antes do massacre de 29 garimpeiros na Reserva Roosevelt, em 7 abril de 2004.
*- A fita foi gravada abertamente, em 4 de setembro de 2003, quando o governador pousou de helicóptero na reserva, sem autorização da Fundação Nacional do Índio (Funai) - declarou a senadora, lembrando que Cassol negou por diversas vezes ter feito essa visita.
Fátima Cleide afirmou que a gravação, além de mostrar o governador incentivando a garimpagem no local, também o exibe declarando conhecimento da prática de corrupção por parte de policiais; desacreditando as iniciativas e intenções do governo federal; e sugerindo aos índios vantagens na cumplicidade com exploradores ilegais e contrabandistas de diamantes.
A senadora afirmou que os caciques cintas-largas, em depoimento à Polícia Federal, contaram que Cassol lhes pediu uma comissão de 2% sobre a produção ilegal de diamantes, em troca da instalação de máquinas de extração, estradas, escolas, postos de saúde e parceria na luta pela legalização do garimpo.
*- Como os cintas-largas não aceitaram a proposta, o governador ordenou a retirada dos policiais que apoiavam o programa federal de proteção da reserva. Posteriormente, em abril de 2004, aconteceu a trágica morte dos garimpeiros que invadiram a Reserva Roosevelt sem autorização dos indígenas - disse.
*Ligações escusas
*A parlamentar recordou ainda que o doleiro Marcos Glikas, ao ser preso em março de 2004 com cerca de mil quilates de pedras extraídas da reserva, declarou ter a permissão de Cassol para contrabandear diamantes.
*- E, em setembro, a Polícia Federal prendeu o contrabandista de diamantes José Roberto Gonsalez dentro da Reserva Roosevelt. Na ocasião, Gonsalez portava um crachá da Companhia de Mineração de Rondônia, que é presidida pelo chefe de gabinete do governador - acrescentou.