Policiais penais que estão sobrecarregados e indignados com a situação dos servidores públicos que atuam nos presídios estaduais, procuraram o Rondoniaovivo para denunciar as constantes fugas que acontecem no sistema de cadeias públicas rondonienses.
"Todo mês, o sistema prisional registra fugas! Em janeiro, fugas foram registradas do presídio de Machadinho d’Oeste. Em fevereiro deste ano, mais de dez presos fugiram. No mês de abril, outros presos fugiram do presídio de Guajará-Mirim. Neste mês de julho, mais fugas da unidade carcerária de Nova Mamoré", observaram eles.
E o desabafo segue: "Não há um único mês sem que sejam registradas fugas, sempre acompanhadas do silêncio da Sejus [Secretaria Estadual da Justiça] e da omissão da Sesdec [Secretaria Estadual de Segurança Pública], quanto às medidas para recapturar os presidiários, o que demonstra o caos na Execução Penal e na Segurança Pública de Rondônia".
União
E a categoria alega que os problemas de falta de efetivo e de prédios frágeis ajudam no problema crônico:
"O Singeperon [Sindicato dos Policiais Penais de Rondônia] vê com muita preocupação essa rotina de folgas, as falhas estruturais e deficiência falta de quantitativo adequado nas unidades tem causado ainda hoje muitos problemas pra população. Na próxima sexta, dia 19, teremos uma assembleia-geral para definir uma paralisação, pois a Sejus tem descumprido ordem judicial que determina pagamento de horas extras para nós", comentou o presidente Clebes Dias Ferreira.
Segundo o representante do Singeperon, ainda houve outra fuga, na madrugada da última terça (16) para quarta-feira (17) em Jaru, no Centro Regional de Ressocialização Augusto Simon Kempe, quando os detentos Kauã Belfort da Silva e Silvio Cesar Rodrigues conseguiram escapar das instalações do presídio.
De acordo com os policiais penais, as circunstâncias exatas da fuga ainda não foram divulgadas pelas autoridades, o que tem gerado especulação sobre como os presos conseguiram burlar a segurança do local.
Informações repassadas ao Rondoniaovivo indicam que ambos os fugitivos eram presos que trabalhavam, um status que lhes concedia certos privilégios por trabalharem dentro do presídio. Esse fator pode ter facilitado a fuga.
Silvio Cesar Rodrigues ainda tinha nove anos de pena a cumprir, enquanto a duração da pena de Kauã Belfort da Silva não foi divulgada. Qualquer informação sobre o paradeiro de ambos pode ser informados nos telefones 190 (Polícia Militar) e 197 (Polícia Civil).