Área desmatada atinge mais de 5 mil campos de futebol na região de Guajará-Mirim
Foto: Divulgação/Governo de Rondônia
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Os órgãos que atuam na Operação Mapinguari para a desocupação do Parque Estadual de Guajará-Mirim, divulgaram nesta semana o volume de medidas administrativas e judiciais implementadas contra invasores da unidade de conservação.
As multas e indenizações chegam a R$ 140 milhões. Deflagrada em 14 de agosto, a mobilização restituiu ao Poder Público uma área de 216 mil hectares de extrema importância biológica e ecossistêmica.
As informações foram divulgadas por integrantes do Ministério Público Estadual (MPE), instituição que coordena a retirada de invasores da região, e representantes do Governo do Estado, que por meio de seus órgãos e forças de segurança executou a retomada do parque.
A desocupação da unidade de conservação ocorreu em atendimento à determinação judicial deferida na Ação Civil Pública nº 7002381-27.2020.0015, proposta pelo MP de Rondônia e Procuradoria-Geral do Estado.
“Queremos cumprimentar a todos pela desocupação planejada, organizada e sem conflitos. Devolvemos ao Estado o controle de uma área essencial para o bioma Amazônia”, afirmou o subprocurador-geral de Justiça Administrativo, Héverton Alves de Aguiar, coordenador da Força-Tarefa de Conflitos Agrários do MPE.
Coletiva de imprensa apresenta balanço da Operação Mapinguari até o momento - Foto: Divulgação/MPE
Bovinos
De acordo com o balanço apresentado, 1.700 cabeças de gado foram retiradas da unidade de conservação pelos ocupantes, antes do início da operação. Pelo menos 252 bovinos remanescentes foram apreendidos e destinados a leilão. O valor arrecadado com a venda será aplicado em medidas de proteção e preservação do parque.
A Agência Sanitária Agrosilvopastoril do Estado (Idaron) informou ter distribuído 37 autos de infração, que somam até o início de setembro, o montante de R$ 976 mil em multas.
Pelo Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) foram expedidos 50 autos de infração, que geraram multas administrativas que perfazem a quantia de R$ 35 milhões, em razão de 3.184 hectares de áreas autuadas.
Veículos e armas
Seis armas de fogo e um maquinário foram apreendidos durante os trabalhos, conforme informaram as autoridades. Cinco veículos foram recuperados, sendo um carro e quatro motocicletas.
Ainda segundo o que foi divulgado, desde o início dos trabalhos de desocupação, o BPA efetuou 251 ocorrências e 983 abordagens. A corporação também demoliu ou inutilizou 205 estruturas, além de 22 mil km de cercas.
Prisões e denúncias
As autoridades informaram, ainda, terem sido realizadas, durante a operação, cinco prisões em flagrante de indivíduos que utilizaram a área do parque como extensão de suas propriedades privadas.
Como desdobramento, o Ministério Público ofertou, esta semana, denúncias que geraram três ações penais para responsabilização dos agentes pelos crimes de dano em Unidade de Conservação, impedimento de regeneração natural e invasão de terras públicas.
Valores
Conforme detalharam os órgãos, as medidas administrativas e judiciais requerem, em multas e indenizações, o montante preliminar de 140 milhões. A área do Parque que foi degradada pelos invasores atinge mais de 5.620 hectares, o equivalente a 5.550 campos de futebol.
A Operação Mapinguari foi coordenada pelo MP Rondônia, por meio do Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), com o apoio da força-tarefa para Atuação Integrada nos Conflitos Coletivos pela Posse de Terra Rural e Urbana e da 2ª Promotoria de Justiça de Guajará-Mirim. A ação tem o nome em referência à folclórica criatura protetora da floresta.
Mais segurança
O coordenador do Gaema, promotor de Justiça Pablo Hernandez Viscardi, falou sobre o planejamento exemplar da operação, afirmando que o modelo deverá ser reproduzido em demais casos de combate à invasão e grilagem de terras públicas do Estado.
“Novas invasões ao Parque serão prontamente combatidas, inclusive com prisões em flagrante e ajuizamento de ações. Não toleraremos grilagem em áreas públicas, em especial, em unidades de conservação. Nosso trabalho é proteger a Amazônia e o cumpriremos com rigor”, disse ele.
O comandante da PM, coronel Régis Braguin, fez um relato das ações da corporação na região, acrescentando que a área passa a contar com mais cinco bases de proteção, além de patrulhamento ostensivo em seu entorno.
O secretário estadual de Desenvolvimento Ambiental, Marco Antônio Lagos, ressaltou o emprenho da pasta no trabalho de retomada da área, afirmando que a Secretaria prestou apoio logístico e financeiro à operação.
Na ocasião, assegurou que o órgão manterá as equipes mobilizadas para a defesa da área, que classificou como patrimônio ambiental do Estado.
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