“Minha única reação foi dizer a eles que eu não era vagabundo, como haviam me chamado”
Foto: Divulgação
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Depois de gravar um vídeo para mostrar as agressões que garante ter sofrido de um policial militar em Vilhena, o pedreiro Jaime Borges Dias, de 38 anos, levou o caso ao Ministério Público. Após a queixa no MP, que deve instaurar inquérito para investir a denúncia, Jaime também contou o episódio em veículos da imprensa local. Capixaba de São Matheus, o construtor está morando em Vilhena há dois anos.
Na versão que contou ao jornal na segunda-feira, 15, o pedreiro disse que estava indo para o trabalho, levando o filho de 16 anos na garupa da moto. Perto da obra onde presta serviço, foi abordado por dois PMs uma viatura,que o mandaram encostar.
Ele garante ter parado e explicado que era naquele local em que trabalhava. Também contou que, mesmo sem reagir, recebeu ordem de um dos dois policiais que estavam na viatura para encostar na parede. “Minha única reação foi dizer a eles que eu não era vagabundo, como haviam me chamado”.
Jaime disse que, quando tentou pegar a bolsa na qual levava uma panela usada para esquentar seu almoço, um dos policiais o atacou com socos e pontapés, enquanto esfregava seu rosto na parede da obra. O filho do denunciante também teria tentado defender o pai, alegando que ele era trabalhador, e levado dois socos do PM.
“Me vendo com a bolsa na moto, que tem placa de São Mateus, eles talvez imaginassem se tratar de produto de furto, mas eu não tenho nenhuma passagem pela polícia. Ando direito e vivo apenas do meu trabalho”, desabafou.
O OUTRO LADO
Já os policiais que abordaram Jaime registraram ocorrência contra ele na Unisp de Vilhena, acusando-o de desobediência. No BO, está escrito que ele aparentava nervosismo, o que motivou a abordagem.
Conforme os policiais, durante a revista, Jaime teria adotado “um tom arrogante” e se recusado a aceitar o procedimento. Os dois militares também explicaram que as escoriações apresentadas por ele foram provocadas por sua resistência à imobilização, tendo sido necessário o uso de algemas.
Embora a versão dos policiais também tenha sido publicada, o site procurou, na manhã de ontem a assessoria da PM em Vilhena, relatando o episódio. A corporação ainda não se manifestou, mas o espaço fica garantido para eventuais esclarecimentos.
Confira o vídeo:
Aos leitores, ler com atenção
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